sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Brasília, 02 de dezembro de 2010
Hoje, saí um pouco para andar em Brasília. Fui à feira dos importados, onde procurei o celular do Samuel e o filme que a amiga da Vilma encomendou. Depois andei meio sem compromisso pelo centro de Taguatinga, para ver as novidades e oportunidades. Comprei de um camelô uma lanterna multifuncional, que tem várias pontas de chave de fenda e philips. Então fui voltando a pé para casa, passando pelo Extra, para completar a lista de compras.
Andando e meditando...fico pensando na vida, em como as coisas são interessantes. Qual é o sentido das coisas? O que dá prazer, e porque dá prazer? Coisas lícitas ou ilícitas podem agradar, mas é bom ficar somente nas lícitas, embora nem todas convêm. Será que o maior prazer é a funcionalidade de certos objetos, ou é o prazer de comprar? Vi uns instrumentos de pesca, que dariam muito prazer em pescar. Mas fiquei pensando: por que não pesco? Será que não gosto?
Por que assistir a um filme seria bom? E o trabalho?
Tenho um trabalho que não gosto muito, mas é um bom trabalho. Excelente, alguns diriam. Parece até que tenho tudo o que quero.
No final, acho que o maior prazer é ter amigos, relacionar-se com as pessoas, e as coisas materiais são facilitadores disso. É ilusão pensar que precisamos comprar tudo o que aparece, e lamentar pelo que não temos dinheiro suficiente.
Nossa vida termina breve, e na eternidade o que vai valer é somente o que fizemos para Deus.
O que Deus quer que façamos? A Igreja está correta em certas coisas? É legítima toda a sua doutrina e prática? É claro que os vícios humanos estão presentes em todas suas atividades, até mesmo as religiosas. Quando escolhemos uma Igreja, pensamos não somente na sua doutrina, mas na sua prática. Há práticas que não nos agradam, mas temos que suportar. Algumas coisas, queremos mudar. Mas parece que tem coisas que não mudam.
A humanidade caminha seu caminho, e já evoluiu tanto, em tantas áreas...vemos o contraste entre as comunidades não desenvolvidas e as bem desenvolvidas, mas o desenvolvimento é bastente relativo, dependendo do ponto de vista. Um exemplo: eu estou morando em Tarauacá. Lá tem quase tudo o que se pode esperar da tecnologia, como internet, aparelhos eletrônicos, etc. Quem tem um certo poder aquisitivo, não precisa ser muito, pode usufruir de muitas destas coisas. Tem pessoas que vivem muito bem sem muita tecnologia, por opção, por falta de recursos financeiros ou por desligamento. Existem comunidades indígenas e de não indígenas que vivem em contato maior com a floresta, porque moram nas margens dos rios ou próximos dali. Eles podem ter barcos com motor, que os trazem à cidade quando vão comprar mantimentos ou vender seus produtos. Podem ter rádio e televisão, pois tem satélites que transmitem os sinais para lá tão bem quanto para qualquer outro lugar do planeta. A energia pode vir de geradores a gasolina ou baterias de carro, por exemplo. Não precisam ficar alheios ao mundo, pois a tecnologia dos satélites facilitou a comunicação.
Vamos dizer assim: hoje é quase impossível ficar alheio a tudo. Só mesmo quem faz essa opção tem algum progresso nisso, mas acho que não por muito tempo.
Então vemos que a tecnologia mudou o mundo de maneira irreversível.
O que é a tecnologia? Digamos que é o acúmulo dos conhecimentos de Newton e sua turma de físicos, matemáticos, etc, junto com o pragmatismo dos universitários contemporâneos, que acharam utilidades para quase tudo o que os pesquisadores descobriram.
Tem muita coisa para se aprender, mas eu acho que já se foi uma boa parte. Tem uma certa neurose, hoje em dia, nas universidades, querendo reproduzir pesquisadores como antigamente. Acho que não vai dar. Primeiro porque resta pouca coisa para pesquisar, e segundo porque a geração atual não está muito a fim de passar a vida pesquisando e fazendo experiências. Está na hora de utilizar o conhecimento já adquirido. Também há muitos equívocos na ciência, muitos já desvendados, outros ainda acreditados. O conhecimento é enfadonho, e muito do que se conhece não se aproveita. Hoje o mundo procura, de certa forma, as coisas mais primitivas. Essa onda de ecologia e desenvolvimento sustentável está brecando o mundo, fazendo-o repensar muitas coisas. Por que poucos parecem aceitar que é preciso deixar de lado certos modos de vida? Não precisamos de aviões se nos limitarmos ao nosso pequeno espaço geográfico. Não precisamos de automóvel se a distância até o trabalho for caminhável. Não precisamos de energia elétrica se abrirmos mão dos eletrodomésticos e computadores.
Mas então...? O mundo precisa dar meia volta e retornar pelo mesmo caminho que veio? Porque não? Onde estão os benefícios esperados pelos nossos antepassados? A paz mundial, a vida eterna, o mundo melhor...? O progresso trouxe outras coisas que distraíram as gerações presentes destes ideais. O mundo ainda continua o mesmo. Então, para que continuar? Será que os índios não têm razão? Tendo o que comer e onde dormir, tendo o suficiente para sobreviver, está bom!
Mas sabemos que não vai adiantar voltar. Se já trilhamos o caminho, sabemos para onde vai, e o lugar não é bom. Não é perfeito.
Que desespero! Estamos perdidos em nossos devaneios. Estamos "ricos e abastados", e não precisamos de coisa alguma?
Jesus diz que ele pode nos vender o ouro, as vestimentas e o colírio verdadeiros. Sempre foi assim, e sempre será. Andamos pelos caminhos que escolhemos, e queremos caminhos novos, mas nosso caminho já está traçado desde a eternidade. Jesus é o caminho, e a verdade, e a vida. O caminho para o Pai é só através dele. É o Pai que buscamos? Porque queremos o Pai? O Pai sabe tudo, supre tudo, tolera, consola, dá segurança...o Pai é quem procuramos. Ele é a resposta para todos os nossos anseios.
No começo da caminhada humana, bem antes de Newton e sua turma, um livro começou a ser escrito, a Bíblia. Este livro é que nos fala hoje de Jesus e toda a história da redenção humana. De uma extremidade a outra de nossa história, temos a companhia deste livro, que é atual mesmo hoje, com tanta tecnologia.
É que tem coisas que não mudam, porque não foram feitas para mudar. Quando o homem foi formado do pó da terra, e foi programado o seu DNA, e Deus lhe soprou o espírito da vida, a sua história já havia sido planejada. É o que é. O homem perdeu o Éden, mas quer voltar para lá.
Amanhã eu vou no Wal-mart, olhar as novidades, mas eu sei que não haverá muitas coisas novas...