quinta-feira, 12 de janeiro de 2017
Pentecostes (Atos 2.1-13)
(Leia Atos 2.1-13)
A festa do Pentecostes começou num tempo em que Israel era uma comunidade agrícola. A época da colheita era motivo de grande alegria e de gratidão a Deus, que concedia fartura na produção dos grãos. Faziam-se festas para comemorar. Deus queria que essas festas fossem dedicadas a ele, e não a outros deuses. Naquele tempo a vida era bem simples. A alegria do povo era participar dessas festas, com fartura de comida e de bebida. Hoje, mais da metade da população vive em áreas urbanas, onde o modo de viver é bem sofisticado, e a maioria nem se dá conta de onde vem seu alimento, pois o têm com fartura.
Aquele feriado de Pentecostes, o primeiro depois da morte e ressurreição de Jesus, tornou-se célebre, pois Deus se manifestou maravilhosamente através dos discípulos reunidos em Jerusalém, inaugurando uma nova era em que o Espírito Santo veio para ficar.
Como um espírito pode se fazer notar? Ele precisa assumir uma forma em que os homens possam senti-lo. Foi assim que o Espírito de Deus se manifestou naquele dia. Ouviu-se o som de um vento impetuoso, viu-se línguas semelhantes a fogo, pousando sobre cada um dos discípulos, que começaram a verbalizar a mensagem espiritual.
Vento (1,2)
Quando Jesus tentava explicar a Nicodemos a nova ordem que estava para instituir, através de um povo renascido espiritualmente, em, João 3.3-8, ele disse:
“(...) Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. 4 Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez? 5 Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. 6 O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. 7 Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo. 8 O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito”.
Fogo (3)
Quando Deus iniciou um projeto através de Israel, ele começou a revelar-se ao povo que iria divulgá-lo por todo o mundo. Lemos em Êxodo 24.17 que “o aspecto da glória do SENHOR era como um fogo consumidor no cimo do monte, aos olhos dos filhos de Israel”.
Quando Deus instituiu o ritual de adoração, manifestou-se também com fogo, como vemos em Lv 9.24-10.2
“E eis que, saindo fogo de diante do SENHOR, consumiu o holocausto e a gordura sobre o altar; o que vendo o povo, jubilou e prostrou-se sobre o rosto. Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e sobre este, incenso, e trouxeram fogo estranho perante a face do SENHOR, o que lhes não ordenara. Então, saiu fogo de diante do SENHOR e os consumiu; e morreram perante o SENHOR.”
Palavra (4-13)
Era com palavras bem claras que Deus queria verbalizar sua mensagem. Um novo momento na história da humanidade começava. Uma nova nação, desta vez espiritual, começaria a divulgar o nome de Deus para todo o mundo.
Quando Deus se revelou a Elias, em 1Rs 19.11-13,
“Disse-lhe Deus: Sai e põe-te neste monte perante o SENHOR. Eis que passava o SENHOR; e um grande e forte vento fendia os montes e despedaçava as penhas diante do SENHOR, porém o SENHOR não estava no vento; depois do vento, um terremoto, mas o SENHOR não estava no terremoto; depois do terremoto, um fogo, mas o SENHOR não estava no fogo; e, depois do fogo, um cicio tranqüilo e suave. Ouvindo-o Elias, envolveu o rosto no seu manto e, saindo, pôs-se à entrada da caverna. Eis que lhe veio uma voz e lhe disse: Que fazes aqui, Elias?”
Aconteceu fenômeno semelhante no Pentecostes: Ouviu-se o som de um vento impetuoso, mas era apenas um prelúdio. Viu-se fogo, mas Deus não falou através do fogo. Então começaram a discursar sobre as grandezas de Deus, falando em outras línguas, mas ainda não era nessa manifestação sobrenatural que Deus queria falar plenamente, naquele momento. Quando Pedro começou a pregar, ousada mas serenamente, ali é que Deus manifestou-se plenamente.
Eles estavam simplesmente reunidos
Quando pensamos no momento do derramamento do Espírito Santo, podemos nos deixar levar pela impressão de que eles foram cheios porque pediam isto intensamente em oração. Pediam orando com todas as suas forças, até que Deus, finalmente, como se fosse num êxtase coletivo, lhes concedeu o que pediram. Mas, será que de fato foi assim? O texto que lemos não diz que eles estavam, necessariamente, orando. Provavelmente, sim, mas não necessariamente. O derramamento do Espírito foi um ato soberano de Deus para cumprir um propósito específico.
Naquele dia de Pentecostes o espírito Santo batizou e ao mesmo tempo “encheu” os discípulos.
Há diferença entre ser batizado com o Espírito Santo e ser cheio do Espírito Santo. Todos os crentes são batizados em um corpo, pelo Espírito Santo (1Co 12.13). Mas o ser cheio do Espírito Santo depende da vontade e dos propósitos específicos de Deus.
Deus pode apoderar-se de quem quer para, através dessa pessoa, fazer a sua vontade. Ele escolheu João Batista para ser cheio do Espírito Santo, antes dele nascer (Lc 1.15). O Espírito do Senhor apossou-se também de Sansão (Jz 14.6,19; 15.14) e de Saul (1Sm 10.6,10; 16.13), várias vezes, mesmo que não fossem pessoas tão exemplares.
Se nós também quisermos ser cheios do Espírito Santo, precisamos deixar o coração aberto e preparado, conforme Efésios capítulos 5 e 6 nos orientam, mas não devemos esperar que isto nos garanta que Deus vai nos honrar, usando-nos para falar em outras línguas, fazer milagres, falar ousadamente. Não podemos cobrar isto de Deus, pois a sua vontade é soberana. Devemos fazer a nossa parte, nos qualificando, como fazem os que procuram uma vaga de emprego. Devemos dizer ao Senhor: “eis-me aqui", e ficarmos alertas para o caso de sermos escolhidos para uma missão importante.
Um dos sinais de que os crentes estavam cheios do Espírito Santo, no início da Igreja, era que falavam em outras línguas. Estando já amadurecida, um pouco mais tarde, os sinais poderiam ser outros. Nos tempos do ministério consolidado de Tiago e Pedro, alguém cheio do Espírito Santo poderia mostrar sinais fazendo justamente o contrário. Em vez de falar, controlar a sua língua. Ouçamos as sentenças de Tiago e Pedro, a seguir:
“A língua <1100>, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero” (Tiago 3.8).
“Pois quem quer amar a vida e ver dias felizes refreie a língua <1100> do mal e evite que os seus lábios falem dolosamente” (1Pedro 3.10).
Nós somos frágeis, e corremos o risco de nos enchermos, não do Espírito de Deus, mas de um espírito estranho. Em 1Coríntios 14.23, Paulo chama a igreja à sensatez, dizendo: “Se, pois, toda a igreja se reunir no mesmo lugar, e todos se puserem a falar em outras línguas <1100>, no caso de entrarem indoutos ou incrédulos, não dirão, porventura, que estais loucos”?
O propósito de Deus, naquele momento, de falarem em línguas, era chamar a atenção. Era um espetáculo, uma introdução à pregação que Pedro estava prestes a realizar.
Devemos tomar cuidado. Satanás não quer que nós sejamos cheios do Espírito Santo, mas quer, ele mesmo, controlar as nossas vidas. Ele frequentemente se utiliza da artifícios para nos enganar, imitando os dons de Deus. Mas o seu fruto é abominável ao Senhor. É o caso de Nadabe e Abiú, que tentaram levar fogo estranho diante do Senhor, e foram exterminados instantaneamente; é o caso também de Ananias e Safira, que tentarem imitar o espírito voluntário com que Barnabé ofertava à Igreja, e espiraram ali mesmo, aos pés dos apóstolos (At 5.3,4).
Se Deus quiser agir por meio de nós, ele agirá no seu tempo e da sua própria maneira, produzindo em nós bons frutos. Haverão, porém, pessoas que não gostam destes frutos. Nós vemos no último versículo do parágrafo que algumas pessoas achavam que os discípulos estavam simplesmente embriagados.
Quando crentes em Cristo decidem ser batizados na água, como Jesus ordenou, presume-se que eles já tenham recebido o Batismo do Espírito Santo, no momento em que se arrependeram dos seus pecados e entregaram sua vida a Jesus. Nasceram de novo, pela fé em Jesus. Vão às águas, conduzidos por um vento que não sabem de onde vem nem para onde vai. Foram e ainda serão purificados das impurezas deste mundo, pelo fogo que procede do altar de Deus, e comunicam a todos os presentes que estão decididos a Servir o Senhor que os resgatou dos caminhos do pecado, trazendo-os para a luz. O fato de eles estarem obedecendo, os tornam fortes candidatos a serem cheios do Espírito Santo. Oremos para que o Senhor possa usar esses pequeninos para fazer grandes coisas.
E você? Já foi batizado? Você tem se qualificado para que Deus possa utilizá-lo? Paulo foi qualificado, ainda antes da sua conversão. Estudou na melhor “faculdade”, com os mestres mais rigorosos; Lucas qualificou-se como médico e pesquisador, antes de ser usado pelo Espírito de Deus para escrever o evangelho e o livro de Atos.
Apêndice
Os irmãos pentecostais nos exortam a não sermos frios, pois por causa de nossa frieza, não manifestarmos o poder do Espírito. Pode ser. Se um crente é frio, ele estará mais longe de ser um instrumento de Deus, quando ele quiser manifestar o seu poder. Nós, porém, costumamos nos defender, dizendo que não somos frios, mas sensatos. Pode ser. Um crente sensato, ligado em obediência e oração ao Senhor, dificilmente será enganado por qualquer espírito, ainda que ele se apresente como vindo da parte de Deus. Nós exortamos os irmãos pentecostais a não serem muito emotivos, que por quererem tanto ser controlados pelo Espírito de Deus, pode acontecer de descuidarem do domínio próprio, e acabarem se tornando vulneráveis a outros espíritos.
Quem está com a verdade? Deus. Se nós nos colocarmos na posição de observadores, procuraremos evidências. Haveremos de concordar que, se Deus agir, os frutos serão bons, excelentes, perfeitos. Se Deus agir por meio de espetáculos, ou discretamente, os frutos serão os mesmos, pois é o mesmo Deus que está agindo.
Referências
(*) “Dois terços da população mundial estará concentrada em áreas urbanas no ano de 2050, indicou a ONU após a revisão anual do relatório Perspectivas de Urbanização Mundial divulgado hoje” (10/07/2014) (Disponível em: http://www.redebrasilatual.com.br/mundo/2014/07/onu-2-3-da-populacao-mundial-se-concentrara-em-areas-urbanas-ate-2050-1990.html acesso em: 18-02-2016)
Zacarias 13.8: Em toda a terra, diz o SENHOR, dois terços dela serão eliminados e perecerão; mas a terceira parte restará nela.
Apocalipse 9.15: Foram, então, soltos os quatro anjos que se achavam preparados para a hora, o dia, o mês e o ano, para que matassem a terça parte dos homens.
<1100> Grego: glossa
segunda-feira, 9 de janeiro de 2017
O Décimo Segundo (Atos 1.15-26)
(Leia Atos 1.15-26)
Quando um crente fiel toma uma decisão importante, como mudar de ministério, mudar de cidade, mudar de igreja, geralmente ele dá o testemunho dizendo que está fazendo o que entende ser a vontade de Deus para sua vida. Mas um crente fiel sempre faz a vontade de Deus? Como é que ele pode ter certeza de que não está fazendo, em vez disso, a sua própria vontade? Alguns parâmetros podem nos ajudar a decidir qual é a vontade de Deus em uma determinada situação.
1º parâmetro: AS ESCRITURAS (15-22)
“15 Naqueles dias, levantou-se Pedro no meio dos irmãos (ora, compunha-se a assembléia de umas cento e vinte pessoas) e disse: 16 Irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo proferiu anteriormente por boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam Jesus, 17 porque ele era contado entre nós e teve parte neste ministério. 18 (Ora, este homem adquiriu um campo com o preço da iniqüidade; e, precipitando-se, rompeu-se pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram; 19 e isto chegou ao conhecimento de todos os habitantes de Jerusalém, de maneira que em sua própria língua esse campo era chamado Aceldama, isto é, Campo de Sangue.) 20 Porque está escrito no Livro dos Salmos: Fique deserta a sua morada; e não haja quem nela habite; e: Tome outro o seu encargo. 21 É necessário, pois, que, dos homens que nos acompanharam todo o tempo que o Senhor Jesus andou entre nós, 22 começando no batismo de João, até ao dia em que dentre nós foi levado às alturas, um destes se torne testemunha conosco da sua ressurreição”.
Pedro identificou um problema a ser resolvido, e buscou sabedoria para a solução. Faltava o décimo segundo apóstolo. Ele se levanta no meio da assembléia, cita Salmos 69.25 e 109.8, e aplica esse texto à situação em que estavam vivendo. Era uma “pregação expositiva”.
Nós também, quando queremos saber a vontade de Deus para nossas vidas, temos que ler as Escrituras. Salmos 119.9 pergunta: “De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho?” e ele mesmo responde: “Observando-o segundo a tua palavra”.
Quando eu assumi o emprego no Banco do Brasil na cidade de Macaubal, tive que tomar decisões difíceis. Uma delas foi se eu devia mudar para lá ou ficar em Rio Preto. Algumas pessoas me aconselharam a ficar lá durante a semana, e voltar para casa nos fins de semana. Mas eu descartei logo essa possibilidade, pois ficaria longos períodos longe de minha esposa, e a Bíblia diz em 1 Coríntios 7.5: “Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência”. Além disso, ficar longe a semana inteira prejudicaria o cumprimento de meu dever como pai. Dever esse declarado, por exemplo, em Dt 6.6,7 “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.” Então decidi que deveria ficar em Rio Preto e viajar diariamente para o trabalho.
2º parâmetro: A OPINIÃO DOS CONSELHEIROS (18,19,23)
“18 (Ora, este homem adquiriu um campo com o preço da iniquidade; e, precipitando-se, rompeu-se pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram; 19 e isto chegou ao conhecimento de todos os habitantes de Jerusalém, de maneira que em sua própria língua esse campo era chamado Aceldama, isto é, Campo de Sangue.) (…) 23 Então, propuseram dois: José, chamado Barsabás, cognominado Justo, e Matias”.
Para descobrir a vontade de Deus a respeito do décimo segundo apóstolo, Pedro buscou, além das Escrituras, o conhecimento das pessoas ao seu redor.
Pedro tinha segurança ao associar o cumprimento das Escrituras a fatos publicamente reconhecidos. Todos os habitantes de Jerusalém sabiam que um campo foi comprado com o dinheiro da traição de Judas, e todos testemunharam que a sua morte foi trágica, por meio do suicídio. Os discípulos também concordaram com sua tese, de que Judas cumprira aquelas profecias e era necessário substituí-lo no apostolado. Todos concordaram também que os candidatos mais indicados para a vaga eram José e Matias.
Provérbios 11.14 diz: “Não havendo sábia direção, cai o povo, mas na multidão de conselheiros há segurança”. Algumas vezes, estamos prontos para tomar uma decisão importante, e as pessoas vêm conversar conosco, dando o seu parecer a respeito do assunto. Devemos ouvi-las. Não temos, necessariamente, que seguir seus conselhos, mas devemos ouvir e ponderar. Se as pessoas são mais velhas, e notadamente sábias, devemos atribuir aos seus conselhos um peso maior.
Em 1Reis 12.1-19 lemos que Roboão, ao assumir o reino no lugar de seu pai, Salomão, precisou de muita sabedoria para responder ao povo que pedia alívio de encargos. Ouviu primeiro o conselho dos mais velhos, e depois dos mais jovens. O conselho dos idosos era mais sensato, mas ele preferiu o conselho dos mais jovens, que resultou numa guerra civil e divisão do país em dois reinos rivais.
Existem alguns conceitos que são óbvios, e que nem precisamos parar para pensar se quisermos fazer o que é certo. Todos sabem que não se deve roubar, nem matar. Devemos ser honestos, não devemos mentir, não devemos ser egoístas nem hipócritas. Estas coisas fazem parte do que chamamos de “senso comum”.
De acordo com Michel Paty (2003), podemos dizer que “o senso comum é uma disposição geral de todos os seres humanos para se adaptar às circunstâncias da existência e da vida ordinária” (Michel Paty. A ciência e as idas e voltas do senso comum. Sci. stud. vol.1 no.1 São Paulo Mar. 2003. disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-31662003000100002 acesso em: 17-02-2016).
O senso comum, isoladamente, não deve servir como parâmetro para nossas decisões, mas pode ser muito útil orientar-se por ele em questões que não contrariem nenhum princípio das Escrituras.
Voltando ao assunto do meu trabalho em Macaubal, eu tinha outra decisão importante para tomar: não tinha ônibus disponíveis nos horários que eu precisava, e ir de carro era muito caro. A solução seria comprar uma motocicleta. Pedi opinião para muitas pessoas. Eu mesmo achava a motocicleta um meio de transporte muito perigoso, principalmente na rodovia. Muitos procuraram me desencorajar, mas alguns que tinham experiência com motocicletas achavam que não tinha problema, se eu tomasse os devidos cuidados. O que pesou mais, porém, na decisão de eu comprar a moto, foi o fato de que, embora a maioria das pessoas ache que a motocicleta é um veículo muito perigoso, ele é aceito com naturalidade pela maior parte da sociedade como um meio de transporte viável. Assim, o “senso comum” me ajudou a tomar minha decisão.
.
3º parâmetro: A ORAÇÃO (24-26)
“24 E, orando, disseram: Tu, Senhor, que conheces o coração de todos, revela-nos qual destes dois tens escolhido 25 para preencher a vaga neste ministério e apostolado, do qual Judas se transviou, indo para o seu próprio lugar. 26 E os lançaram em sortes, vindo a sorte recair sobre Matias, sendo-lhe, então, votado lugar com os onze apóstolos”.
Era a primeira vez que os discípulos se comunicavam com Jesus através da oração. A comunicação deixou de ser direta, porém agora era mais acessível. O Senhor podia falar, ao mesmo tempo, com cada um dos 120 ou mais discípulos.
As decisões importantes em nossas vidas sempre devem ser precedidas de oração. Jesus passou a noite inteira orando antes de escolher seus 12 apóstolos. Ele orou intensamente no jardim do Getsâmani, e pediu que seus discípulos orassem com ele, pois tinha que decidir seguir adiante ou passar o cálice angustiante que completava a sua obra redentora.
Se você puder adiar uma decisão difícil, espere pelo menos passar uma noite, para que você tenha oportunidade de orar sobre o assunto. De preferência, espere até que passe pelo menos por um culto de oração, assim você poderá pedir que outros também orem junto.
Cantamos um hino que diz: “Oh, que paz perdemos sempre; Oh, que dor no coração, só porque nós não levamos tudo a Deus, em oração!”
A oração pode mudar tudo. Pode fazer você se acalmar, pode fazer você se lembrar de algo importante, pode fazer você se curvar perante a vontade soberana de Deus. Por mais que você esteja firme num propósito, não é prudente “bater o martelo” sem antes falar com Deus. Este foi o erro de Josué, quando fez um acordo precipitado com o povo de Gibeão, sem pedir conselho ao Senhor (Josué 9.14), e depois descobriu que havia sido enganado.
Os discípulos parecem ter tomado todo o cuidado em sua decisão de escolher o substituto de Judas. Mas será que eles ouviram bem a voz de Deus? Alguns acham que, na verdade, o décimo segundo apóstolo foi Paulo, e não Matias. Não é tão fácil definir a vontade de Deus para nossas vidas. As Escrituras nos dão princípios, mas não todos os detalhes. Deus fala conosco através das pessoas, mas as pessoas erram e discordam muito.
Quando um pastor amigo meu, um homem muito sábio, homem de oração, teve que decidir sobre seguir ou não algumas orientações médicas, enfrentou oposição de parentes e amigos, também homens muito sábios, homens de oração, porque decidiu não confiar totalmente no que os médicos diziam. É óbvio que alguém estava enganado, mas quem? Os médicos, que teoricamente sabiam o que diziam? Meu amigo, o sábio pastor? Ou seus amigos e parentes, todos homens acostumados a tomar decisões importantes sempre dependendo de Deus através de orações? Acho que só saberemos a resposta quando estivermos no céu.
Através da oração obtemos respostas a muitas dúvidas, mas é muito comum nós deixarmos a inclinação do nosso coração interferir na mensagem de Deus para nós.
Quando buscamos a vontade de Deus para nossas vidas, é prudente associarmos o conhecimento das Escrituras, o conselho de pessoas notadamente sábias e muita oração. Assim, teremos maior chance de acertar nas escolhas mais importantes.
Este e outros artigos deste Blog fazem parte do livro "Por que estais olhando para as alturas?", disponível no link abaixo:
Assinar:
Postagens (Atom)