domingo, 12 de abril de 2020

O que será das igrejas? (Atos 11.27-30)

Há muito pensamos que as igrejas tradicionais estão agonizando, que estão morrendo aos poucos. Mas a igreja ainda está viva, justamente porque a sua vida depende de Deus, e não de nós. Deus deu dons aos homens, para que sejam exercitados em favor do corpo de Cristo. A Igreja de Cristo permanece viva em virtude dos dons espirituais que são exercidos pelos seus membros. Neste parágrafo podemos destacar o exercício de pelo menos quatro dons que colaboram para que a igreja permaneça viva.


1 - Dom de Profecia (27-28)


Naqueles dias, desceram alguns profetas de Jerusalém para Antioquia, e, apresentando-se um deles, chamado Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que estava para vir grande fome por todo o mundo, a qual sobreveio nos dias de Cláudio”.


O profeta Ágabo, um dos que desceram de Jerusalém para Antioquia, previu que haveria grande fome. O dom que foi dado a este homem e a outros escolhidos tem contribuído muitíssimo para que a igreja permanecesse viva até os dias de hoje. Em 1ª Coríntios 14.1 está escrito: “Segui o amor e procurai, com zelo, os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis”.


Este dom de profecia, porém, tem sido mal interpretado, quando limitam seu âmbito de ação à previsão de coisas futuras. Ora, previsão do futuro é apenas uma das características de um profeta, e nem é a mais importante.


Jesus, por exemplo, era um profeta, conforme os versículos abaixo:


E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, senão na sua terra e na sua casa (Mateus 13.57).


Importa, contudo, caminhar hoje, amanhã e depois, porque não se espera que um profeta morra fora de Jerusalém (Lucas 13.33).


Ele lhes perguntou: Quais? E explicaram: O que aconteceu a Jesus, o Nazareno, que era varão profeta, poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo (Lucas 24.19).


Outro profeta famoso era o João Batista, conforme os versículos:


Tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque precederás o Senhor, preparando-lhe os caminhos (Lucas 1.76).


Sim, que saístes a ver? Um profeta? Sim, eu vos digo, e muito mais que profeta (Lucas 7.26 ).


Até o Rei Davi foi chamado de profeta, em Atos 2.30: “Sendo, pois, profeta e sabendo que Deus lhe havia jurado que um dos seus descendentes se assentaria no seu trono”.


Um profeta raramente será bem quisto, porque ele coloca o dedo na ferida das pessoas. São amados por alguns, mas odiados por muitos, justamente por causa de sua principal característica: a de falar a verdade em nome de Deus, repreender os que se desviam do caminho, sem fazer acepção de pessoas. Um pastor amigo deu uma definição muito interessante, uma vez, de um profeta. O profeta, segundo suas palavras, é aquele que diz: “Irmão, não leve a mal este soco”.


Os profetas são essenciais para a manutenção da igreja, e Deus tem levantado muitos profetas, mesmo que não os estejam reconhecendo, ou que os tenham preterido para darem lugar a meros videntes.


2 – Dom de Contribuição (29)


Os discípulos, cada um conforme as suas posses, resolveram enviar socorro aos irmãos que moravam na Judeia.


O dom de contribuição também é muito necessário, pois a igreja precisa de recursos para sobreviver. Deus dá prosperidade a uns e não a outros, conforme a sua vontade. Aquele que é crente e é próspero, deve saber que não é sem motivo que Deus tem lhe dado muitas posses, mas é para que ele seja um bom administrador e utilize os seus recursos para o serviço do reino de Deus. O ministério do Senhor Jesus, por exemplo, contava com recursos financeiros de pessoas de posses, conforme nos revela Lucas 8.1-3:


Aconteceu, depois disto, que andava Jesus de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus, e os doze iam com ele, e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, Suzana e muitas outras, as quais lhe prestavam assistência com os seus bens.


Até o mundo empresarial, cuja existência só é justificada pela sua incansável busca pelo lucro, cada vez mais reconhece que precisa se preocupar também com o bem-estar social de pessoas menos favorecidas. O site Portal de Contabilidade1 diz que:


Cada vez mais, as entidades privadas veem-se comprometidas com o meio social em que vivem, pois não é admissível que retirem lucros da sociedade sem uma contrapartida significativa de responsabilidade social. Estamos entrando numa época onde ética, transparência e compromisso ambiental/social serão tão relevantes quanto o lucro e a produtividade.


Os administradores Allan Rios e Eugenio Hoffmann Jacques2 afirmam que


[...] só na década de 60 a sociedade norte-americana […] começa a fazer boicote aos produtos e às ações das organizações […] a partir desse momento, as empresas foram obrigadas a prestar contas anualmente, através de um relatório com dados de características sociais. […] No Brasil, essa nova visão social chegou por meio da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE), através da publicação em 1975 da “Carta de Dirigentes Cristãos de Empresas”.


Jesus garantiu aos seus discípulos que “os pobres, sempre os tendes convosco” (Mateus 26.11), de forma que o dom de contribuição é essencial para a manutenção da igreja. Graças ao bom Deus, que ainda o tem distribuído aos homens.


3 – Dom de Missões (30)


“ […] o que eles, com efeito, fizeram, enviando-o aos presbíteros por intermédio de Barnabé e de Saulo”.


Barnabé e Saulo estavam sempre prontos para ir e representar suas igrejas quando isso se fazia necessário, e por isto foram escolhidos como os missionários que levariam os donativos à igreja da Judeia. Pouco depois destas coisas, foram escolhidos também para as missões em direção ao ocidente.


É necessário que existam pessoas com o mesmo espírito voluntário de Barnabé e Saulo, dispostas a serem até pioneiras em campos onde há necessidade de se divulgar o evangelho. Hoje em dia, com a tecnologia, é possível alcançar muitas pessoas, em lugares muito remotos, com muita eficiência, por meio da internet, mas ainda há trabalhos que necessitam da presença física de missionários, e Deus tem dado esse dom a pessoas como a missionária Sophie Müller, conforme a apresentação no site de vendas3 de sua auto-biografia4:


Por volta de 1949 a missionária Sophia Müller acabou atravessando, sem saber, a fronteira entre Colômbia e Brasil em uma pequena e insegura embarcação. O que parecia ser um erro de direção pelas águas perigosas dos rios Negro e Içana se tornou o caminho para um dos trabalhos missionários mais consistentes realizados na Amazônia Brasileira. Esses fatos foram reconhecidos inclusive no meio secular. O foto-jornalista Pedro Martinelli, em seu livro Amazônia: O Povo das Águas, diz que os indígenas do Alto Rio Negro e do rio Içana “têm título de eleitor e altíssimo índice de alfabetização em algumas aldeias chega a 95%”. Chama a sua atenção o fato de as comunidades indígenas evangélicas serem muito organizadas e não sofrerem com o alcoolismo. Sophia Müller faleceu em 1997, na Venezuela, deixando milhares de indígenas convertidos nas etnias em que pregou o evangelho. A presença evangélica é forte nesses lugares. Prova disso são as conferências que os pastores indígenas realizam de dois em dois meses, que duram cerca de uma semana e reúnem centenas de comunidades. Lá, eles cantam, dançam, estudam a Bíblia e contam testemunhos do cuidado de Deus.


As missões atuais podem não ser tão românticas quanto às dos séculos passados, mas, pela graça de Deus, o dom de missões ainda tem mantido a igreja viva, até ao dia da vinda do nosso Senhor.


4 – Dom de Presbitério (30)


“[…] o que eles, com efeito, fizeram, enviando-o aos presbíteros por intermédio de Barnabé e de Saulo”.


Os missionários Barnabé e Saulo entregaram os donativos aos presbíteros, porque eles eram os mais indicados para fazer chegarem os recursos aos necessitados, de maneira honesta e organizada. A palavra presbítero (ou ancião) se refere a um líder, eleito para dirigir uma comunidade. É comum que grupos tenham líderes, porque não é possível um grupo se manter unido sem que alguém esteja na liderança. O presbítero era o líder de uma comunidade. Hoje nós nos referimos a esse líder, entre os evangélicos, principalmente com o título de pastor. A Bíblia fala da importância deste dom, desde o antigo testamento:


Então, disse Moisés ao SENHOR: O SENHOR, autor e conservador de toda vida, ponha um homem sobre esta congregação que saia adiante deles, e que entre adiante deles, e que os faça sair, e que os faça entrar, para que a congregação do SENHOR não seja como ovelhas que não têm pastor (Números 27.15-17).


Porque os ídolos do lar falam coisas vãs, e os adivinhos veem mentiras, contam sonhos enganadores e oferecem consolações vazias; por isso, anda o povo como ovelhas, aflito, porque não há pastor (Zacarias 10.2).


Jesus veio e, em seu ministério terreno, mostrou o verdadeiro espírito de um pastor segundo o coração de Deus: “Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor” (Mateus 9:36).


O dom do presbitério continua sendo dado conforme o propósito de Deus, e isto também é um dos motivos para que a igreja ainda seja mantida.


 


Conclusão:


Você tem algum dom espiritual? E você tem exercitado este dom em favor do corpo de Cristo, a Igreja? Não pense que não tem dons, porque Deus certamente lhe deu algum. Há dons que são mais reconhecidos que outros, mas todos são vitais. A Igreja de Cristo permanece viva em virtude dos dons espirituais que são exercidos pelos seus membros. Neste parágrafo nós destacamos os dons de profecia, de contribuição, de missões, e de presbitério.


Pode haver pessoas que tenham todos esses dons simultaneamente, e ainda outros. O apóstolo Paulo, por exemplo, às vezes agia como profeta (repreendeu Pedro quando agiu errado), era um missionário, tinha um coração de pastor, e trabalhava com suas próprias mãos para “contribuir” para o progresso da igreja. Que o Senhor possa tocar em seu coração hoje, pois o seu dom é muito importante, e precisa ser exercitado com muito zelo para a manutenção e progresso da Igreja de Cristo.


Artigo elaborado por: Arildo Louzano da Silveira. São José do Rio Preto, abril de 2020.

(*) Foto do cabeçalho disponível em: https://www.gospelprime.com.br/igrejas-em-ruinas-um-retrato-da-decadencia-cristianismo-na-europa/ Acesso em 12 abr. 2020.

(**) Citações da Bíblia extraídas de: A Bíblia Sagrada. Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada 2ªed. 1988, 1993. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2012. 1280p.



2 RIOS, Allan; JACQUES, Eugenio Hoffmann. Balanço Social: sua importância para as organizações. Sitete Administradores, out. 2011. Disponível em: http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/balanco-social-sua-importancia-para-as-organizacoes/59152/ Acesso em 16 jul. 2017.

3 Site “Confins da Terra”. Disponível em: https://www.confinsdaterra.org.br/produto/sua-voz-ecoa-nas-selvas-sophia-muller.html Acesso em 16 jul. 2017.

4 SOPHIE, Muller. Sua voz ecoa nas selvas. Anápolis: Transcultural, 2003.

 

domingo, 5 de abril de 2020

O epicentro de Antioquia: a expansão da igreja dos gentios (Atos 11.19-26)

Nesta semana, a contaminação e a mortalidade do coronavírus nos EUA cresceram tanto que o país se tornou o novo epicentro da pandemia, enquanto especialistas em todo o mundo estudam uma maneira de conter o avanço desta terrível doença.


Tão rápido quanto a contaminação de um vírus, porém benéfica em seus efeitos, foi a expansão do cristianismo, cujo epicentro muda para a cidade de Antioquia, na Síria, a partir da conversão em massa de gentios.


Para acelerar a expansão da igreja, Deus colocou em ação a comunidade dos discípulos, cada um de acordo com os seus dons. Neste parágrafo de Atos 11.19-26, nós podemos identificar pelo menos três dons exercidos pelos discípulos, os quais contribuíram para acelerar a expansão da igreja entre os gentios.


Evangelização (19-21)


Então, os que foram dispersos por causa da tribulação que sobreveio a Estêvão se espalharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus. Alguns deles, porém, que eram de Chipre e de Cirene e que foram até Antioquia, falavam também aos gregos, anunciando-lhes o evangelho do Senhor Jesus. A mão do Senhor estava com eles, e muitos, crendo, se converteram ao Senhor.


Os gentios precisavam ouvir a Palavra para se converterem. Os que fugiram da perseguição em Jerusalém, primeiro epicentro, seguiram suas vidas, não abandonaram a fé, antes falaram dela para as pessoas com quem ser relacionavam no dia a dia.


Nós gostamos de compartilhar nossas experiências, quando fazemos uma coisa e dá certo, ou quando temos um remédio que nos ajudou, ou ainda quando achamos produtos baratos e bons, e falamos disto com orgulho. Assim, naturalmente, deveríamos falar também de nossa fé em Jesus Cristo. Ele é bom para nós, nos salvou, ouve nossas orações, transformou nossas vidas. O ato de viver nossas vidas com Cristo, em si mesmo, é um ato evangelizador.


Às vezes podemos nos achar questionando o porquê de certas atividades corriqueiras como limpar a casa, varrer a calçada, fazer o trabalho da faculdade, acordar cedo, pegar o ônibus, atividades que aparentemente não têm nada a ver com evangelização. Mas tudo o que fazemos tem um sentido, nada é em vão.


Quando eu e minha família pegávamos o ônibus para vir à igreja, o pequeno Rafael, nosso filho com 5 anos, chamava todos os cobradores de “Jorge”. É porque ele associava o nome da linha, “Parque São Jorge”, ao “dono” do ônibus, que para ele era o cobrador. Todas as pessoas que ouviam, achavam engraçado. Uma criança chama a atenção por sua graça, ingenuidade, doçura, sinceridade. Ele fazia perguntas muitas vezes constrangedoras, em voz alta, de forma que as pessoas ao redor podiam ouvir e ficar atentos para ver como nos sairíamos em nossa resposta. Como muitas vezes o assunto era referente às lições da Escola Dominical, isto se tornava uma excelente oportunidade de evangelização.


Uma vez uma criança desconhecida, na fila do ônibus, me fez perguntas sobre como era a Escola Dominical, e depois pediu que eu cantasse algumas da músicas. Essa interação teve continuidade no ônibus, a caminho de casa, e muitos tiveram a oportunidade de ouvir trechos das músicas que continham apelos como: “[...] pois leia a Bíblia e siga ao Senhor, e a fé aumentará [...] por mim morreu Jesus, cravado numa cruz [...] já rolou, do sepulcro a grande pedra já rolou [...] Jesus me ama e quer salvar-me [...] Jesus ama a cada um [...]”. Sem que eu tivesse planejado com antecedência, me vi, então, evangelizando todo aquele povo que nos ouvia, dentro do ônibus superlotado.


Nada melhor para a evangelização do que vivermos conforme diz Colossenses 3.17: “E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai”.


Exortação (22-24)


A notícia a respeito deles chegou aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé até Antioquia. Tendo ele chegado e, vendo a graça de Deus, alegrou-se e exortava a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor. Porque era homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor.


Os gentios crentes precisavam de exortação para se fortalecerem. Precisavam de pessoas que os encorajassem a seguir em frente, a não desistir. Ninguém melhor do que Barnabé, o “filho da exortação”, para fazer este trabalho.


Uma palavra amiga é muito preciosa; ela costuma vir de alguém que tem mais experiência, que já passou pelo que estamos passando, que tem uma visão mais ampla, uma fé que enxerga mais longe, além das nuvens do medo, do desânimo, da tribulação.


É por isso que um time de futebol, por exemplo, precisa um técnico experiente, de preferência que já tenha sido também jogador. Assim também acontece na igreja, quando os anciãos se tornam exortadores e consoladores dos mais frágeis e inconstantes em sua fé.


O bordão de que a união faz a força é abonado pela Bíblia, que diz em Eclesiastes 4.12: “Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se rebenta com facilidade”. É por isso que nós, os cristãos, não podemos deixar de nos reunir, e de nos exortarmos “mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje”, a fim de que nenhum de nós “seja endurecido pelo engano do pecado” (Hebreus 3.13).


Ensino (25,26)


E partiu Barnabé para Tarso à procura de Saulo; tendo-o encontrado, levou-o para Antioquia. E, por todo um ano, se reuniram naquela igreja e ensinaram numerosa multidão. Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos”.


Os gentios crentes precisavam de instrutores para se aperfeiçoarem na doutrina. Muitos crentes dizem, valendo-se senso comum, que a teologia não deve ser tão valorizada nos cultos. Canso de ouvir pastores criticando teólogos, e irmãos neopentecostais repetindo o jargão de que “a letra mata”.


Uma vez, um irmão pedreiro foi chamado para construir um banheiro nos fundos da Igreja, e ao longo do seu trabalho, ficou muito irritado com o nosso pastor, por causa das suas exigências quanto à maneira se fazer os fundamentos, os pilares e as vigas. Ele sabia, por experiência, que as exigências feitas pelo pastor, para a pequena construção, equivaliam à estrutura de uma construção dez vezes maior. Mas ele não sabia que o pastor tinha planos maiores para o futuro daquela pequena construção, e por isso calculara prudentemente as especificações necessárias para a mesma; não podia seguir a experiência do irmão pedreiro, ainda que o mesmo tivesse larga experiência na construção de casas.


Quando se quer construir uma pinguela, a intuição é muito válida, mas quando se quer construir uma ponte de 14 km, é preciso ter muito conhecimento. Qual é o tamanho da obra que queremos fazer para o Senhor?


Barnabé, com certeza, tinha muito conhecimento, mas sabia que não podia prescindir do conhecimento e da sabedoria do grande teólogo Saulo de Tarso. Por isso foi buscá-lo e, junto com ele, instruiu numerosa multidão nos retos caminhos do Senhor.


Vivemos numa época em que o conhecimento é muito disponível, na internet. Não vamos desprezar, portanto, o ensino sadio das Escrituras, comparando pensadores e tradições, da sabedoria popular à acadêmica, utilizando filtros de purificação, conforme o mesmo Paulo diz em 1ª Tessalonicenses 5.21: “julgai todas as coisas, retende o que é bom”.


Conclusão


Deus ajude, tanto os EUA, quanto os países da Europa, o nosso Brasil e todos os países do mundo, que consigamos barrar o avanço desta grave pandemia. Mas, quanto à Igreja, que ela cresça cada vez mais, e de forma sadia, como cresceu e se espalhou a Igreja dos gentios de Antioquia.


O efeito do trabalho, entre os gentios, por parte dos discípulos, utilizando os dons que Deus lhes deu, foi tão grande, que até um novo nome surgiu para ficar: Cristãos. Primeiro este nome foi um apelido com peso de desdém, mas hoje ele tem um peso de honra.


Que o Senhor nos ajude a honrar sempre este nome, nos dedicando à evangelização, à exortação e ao ensino, mesmo em tempos de crises como esta que estamos passando, “[…] esperando e apressando a vinda do Dia de Deus”, ainda que, saibamos, com certa apreensão, que naquele dia “os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão” (2ª Pedro 3.12) para dar lugar a um novo mundo, onde os vírus já não poderão contaminar.


Artigo elaborado por: Arildo Louzano da Silveira. São José do Rio Preto, abril de 2020.


(*) Foto do cabeçalho disponível em: Acesso em: https://vermelho.org.br/2020/03/26/eua-sao-novo-epicentro-da-pandemia-da-covid-19/ Acesso em 05 abr. 2020.


(**) Citações da Bíblia extraídas de: A Bíblia Sagrada. Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada 2ªed. 1988, 1993. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2012. 1280p.