sexta-feira, 15 de janeiro de 2016
Você ama Jesus?
(Leia Mc 14.43-52)
A senha que Judas combinou com as autoridades, para identificar Jesus, era um beijo. A palavra original, que foi traduzida por beijar, significa amor. Beijar é demonstrar amor. Assim entendemos que Judas disse: “Aquele a quem eu (simular) tratar com amor, a esse prendei”. Outras pessoas nesta história também demonstraram seu amor por Jesus. Que tipo de amor era esse?
I - AMOR FALSO (43-46)
“43 E logo, falava ele ainda, quando chegou Judas, um dos doze, e com ele, vinda da parte dos principais sacerdotes, escribas e anciãos, uma turba com espadas e porretes. 44 Ora, o traidor tinha-lhes dado esta senha: Aquele a quem eu beijar, é esse; prendei-o e levai-o com segurança. 45 E, logo que chegou, aproximando-se, disse-lhe: Mestre! E o beijou. 46 Então, lhe deitaram as mãos e o prenderam.”
A Bíblia fala de homens cujo comportamento tem sido semelhante ao de Judas. Isaías (28.15) resume o seu pensamento: “(...) Fizemos aliança com a morte e com o além fizemos acordo; quando passar o dilúvio do açoite, não chegará a nós, porque, por nosso refúgio, temos a mentira e debaixo da falsidade nos temos escondido”. Salmos 12.2,4 acrescenta: “falam com falsidade uns aos outros, falam com lábios bajuladores e coração fingido (...); com a língua prevaleceremos, os lábios são nossos; quem é senhor sobre nós?”
Muitos acham, também, hoje em dia, que são senhores de si mesmos, que podem viver escondidos, debaixo da falsidade, que escaparão do “dilúvio do açoite”, porque têm sido, até agora, bem sucedidos nos seus caminhos. Mas isto não passa de uma ilusão, e quando acordarem do seu sonho terão que enfrentar uma horrível realidade, como sabemos que Judas enfrentou, e não suportou.
Um amor falso por Jesus poderá nos levar até certo ponto de nossas vidas, até por aprazíveis caminhos, mas que terminam abruptamente num abismo infernal.
II - AMOR EQUIVOCADO (47)
“47 Nisto, um dos circunstantes, sacando da espada, feriu o servo do sumo sacerdote e cortou-lhe a orelha.”
Lucas conta que os discípulos perguntaram antes: Feriremos à espada? Mas pelo jeito, Pedro nem esperou a resposta. Às vezes agimos como Pedro, e vamos fazendo as coisas sem esperar a instrução do Senhor. Decidimos por nós mesmos o que é preciso fazer, e fazemos. Mas devemos nos perguntar se é isto mesmo que o Senhor quer de nós. Pedro estava pronto para morrer por Jesus, mas Jesus queria mais do que isso; queria que ele primeiro vivesse, que suportasse a tentação de negá-lo diante dos servos do sacerdote; queria que ele, depois de convertido, apascentasse as suas ovelhas. Estamos dispostos, muitas vezes, a abandonar tudo e seguir Jesus, mas não estamos dispostos a abraçar as responsabilidades que pesam sobre nós.
A vontade do Senhor para Pedro era que ele estivesse preparado, não com o porte de uma espada qualquer, mas com o porte de um equipamento de guerra completo, conforme orienta Ef 6.10-18: “Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos”
Oséias (6.6) também ensina que não podemos presumir a vontade de Deus, e irmos adiante por puro impulso, mas conhecer bem a sua vontade, em primeiro lugar, pois ele diz: “(...) misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocausto”.
III - AMOR FORÇADO (48,49)
“48 Disse-lhes Jesus: Saístes com espadas e porretes para prender-me, como a um salteador? 49 Todos os dias eu estava convosco no templo, ensinando, e não me prendestes; contudo, é para que se cumpram as Escrituras.”
Os que fizeram alvoroço para prender Jesus deveriam ficar envergonhados, pois estavam sempre com ele no templo, ouviram seus ensinamentos, e não se manifestaram contra. Às vezes o amor que temos por Jesus é apenas uma tolerância. Aceitamos a sua presença em nossa vida somente para não contrariar os nossos familiares. Se tivéssemos oportunidade, porém, nos libertaríamos desses laços, desse fardo pesado que somos obrigados a carregar. Nas igrejas há muitas pessoas assim. Acontece que o pai de família se converte, e a esposa e os filhos são obrigados a acompanhá-los. Acontece que uma família é tradicionalmente cristã, e por isso os seus membros não devem quebrar a tradição. Acontece que um jovem quer ganhar uma namorada, e por isso sabe que deve se portar como um verdadeiro cristão, como ela e os pais dela apreciam. Para estes que se dizem cristãos, sem contudo amarem sinceramente Jesus, ele pergunta: “Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?” (Lucas 6.46).
A multidão que ouvia, aparentemente com prazer, os discursos de Jesus, no templo, quando tiveram que decidir, compararam Jesus com um salteador, e escolheram o salteador Barrabás para que fosse libertado (Jo 18.40).
IV - AMOR FRÁGIL (50-52)
“50 Então, deixando-o, todos fugiram. 51 Seguia-o um jovem, coberto unicamente com um lençol, e lançaram-lhe a mão. 52 Mas ele, largando o lençol, fugiu desnudo.”
Todos abandonaram Jesus. Ficaram atordoados, amedrontados, desorientados. Até mesmo aquele jovem destemido, resoluto, que provavelmente pulou do seu leito às pressas e foi avisar Jesus que os soldados estavam à sua procura, que testemunhou sua prisão e o estava seguindo cautelosamente, foi descoberto e fugiu humilhado. O amor dos discípulos ainda não estava amadurecido. Era muito frágil. Era o máximo que podiam fazer com seus recursos humanos. Precisavam receber o Espírito Santo, para que o seu amor fosse aperfeiçoado. Jesus já advertira Nicodemos, no começo do seu ministério: “importa-vos nascer de novo” (Jo 3.7).
Deus se queixa do amor dos filhos de Israel, em Oséias 6.4: “Que te farei, ó Efraim? Que te farei, ó Judá? Porque o vosso amor é como a nuvem da manhã e como o orvalho da madrugada, que cedo passa.”
Será que o nosso amor por Jesus é assim também? Como a nuvem da manhã e como o orvalho da madrugada? Que se enfraquece e por fim acaba, diante das tribulações da vida? Pior do que isto, será possível que nosso amor seja falso, forçado, ou equivocado? Precisamos do Espírito Santo para nos transformar, operando em nós o novo nascimento, e conduzindo o “barco” de nossa vida nesses mares turbulentos. Só o próprio Deus pode nos ensinar e nos capacitar a amar o nosso Senhor e Salvador até as últimas consequências.
Apêndice:
“O dia mais escuro, o poder das trevas”.
Jesus permite que o aflijam com a espada, com o falso amor, e com o abandono, sabendo que era necessário assim acontecer, para que se cumprissem as escrituras. Ele era o único, nesta história, que estava na luz, que naquele momento confiava nas palavras de Deus. Os demais, imaginavam coisas vãs, preparavam-se para nada. Eram desnecessárias as espadas e os porretes dos guardas. Era perverso o planejamento de Judas, que traiu Jesus fingindo perfeitamente amá-lo; era inconveniente a espada de Pedro. Jesus sabia discernir o tempo; sabia que ressuscitaria depois de tudo ser consumado; sabia que depois de tudo ele seria amado de verdade; que seus discípulos o seguiriam até à morte, e que viria com poder e grande glória, com sua espada, para eliminar os exércitos rebeldes. Apocalipse 19.11-16 profetiza: “Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. Os seus olhos são chama de fogo; na sua cabeça, há muitos diademas; tem um nome escrito que ninguém conhece, senão ele mesmo. Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus; e seguiam-no os exércitos que há no céu, montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro. Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso. Tem no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES.”
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