sábado, 28 de fevereiro de 2015


A IGREJA BEM EDIFICADA
(leia 2Co 12.19-21)
PAULO ORAVA E TRABALHAVA PARA A EDIFICAÇÃO DA IGREJA
ELE SABIA QUE PARA HAVER EDIFICAÇÃO, É PRECISO HAVER INSTRUÇÃO, por isso falava “em Cristo, perante Deus”, coisas que eles precisavam entender. O motivo pelo qual estava falando de suas glórias, comparando suas credenciais com as falácias dos falsos mestres, não era uma questão apenas de defender-se, (v. 19).
Provérbios 29:18 diz: “Não havendo profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei, esse é feliz.”
Vejamos uma história que ilustra o quanto a instrução, ainda que básica, é importante: “Cinco anos atrás, o Pastor Rasiya Damore era analfabeto e incapaz de ler a Bíblia. Após participar de um programa de alfabetização de adultos, elaborado pela Portas Abertas, ele se tornou um dos 350 adultos, no distrito Jhabua, (…) Nessa região, é comum que as pessoas enganem e levem vantagem sobre os analfabetos. "Aqueles que fazem empréstimos são muitas vezes enganados e recebem o pagamento com um valor menor do que o que está escrito no recibo", Rasiya explica. De acordo com o coordenador de alfabetização deste projeto, uma ênfase é ensinar aos alunos como contar dinheiro, para que eles possam verificar os seus salários, sozinhos.”
https://www.portasabertas.org.br/noticias/2014/08/3256309 Acessado em 24/02/2015.
Portanto, não há dúvida de que para que haja edificação, é necessário haver instrução.
MAS APENAS INSTRUÇÃO NÃO BASTA, PORQUE, PARA QUE HAJA EDIFICAÇÃO, TAMBÉM É PRECISO HAVER PAZ (v. 20)
Marcos 3:25 diz:“se uma casa estiver dividida contra si mesma, tal casa não poderá subsistir.”
Paulo temia que, em vez de apenas gozar da alegria de estar novamente em sua companhia, tivesse que repreendê-los por encontrar entre eles “contendas, invejas, iras, porfias, detrações, intrigas, orgulho e tumultos”, o que lhes tiraria a paz.
Nos Estados Unidos, no século 19, houve uma contenda que dividiu o país em dois, a parte do norte queria a libertação dos escravos, e a parte do sul, não. Este conflito acabou se tornando numa guerra civil. Nesta época Abraham Lincoln, quando ainda era candidato ao senado, proferiu um discurso que ficaria conhecido como o “discurso da casa dividida”, baseado nas palavras de Jesus, de que uma casa dividida contra si mesma não subsistiria.
O conflito finalmente foi resolvido, infelizmente não de forma pacífica, mas a nação voltou a se unir, e assim foi edificada na forma que se vê hoje.
Instrução e paz são necessárias, mas ainda há outra necessidade.
PARA QUE HAJA EDIFICAÇÃO É PRECISO HAVER PUREZA (v. 21)
“Jeca era um caipira de aparência desleixada, com a barba pouco densa, calcanhares sempre desnudos, portanto rachados, pois ele detestava calçar sapatos. Miserável, detinha somente algumas plantações de pouca monta, apenas para sua sobrevivência. Perto de sua habitação havia um pequeno riacho, no qual ele podia pescar. Sem cultura, ele não cultivava de forma alguma os necessários hábitos de higiene. (…) A vida de Jeca muda radicalmente. Ele se cura, volta a trabalhar, reduz a bebida, sua pequena plantação prospera e o trabalhador se torna um homem honrado pelas outras pessoas. A família Tatu agora só anda calçada e, portanto, saudável.”
http://www.infoescola.com/biografias/jeca-tatu/ Acessado em 25/02/2015
Assim como Jeca Tatu, este personagem típico brasileiro, só progrediu na vida depois que compreendeu a necessidade da higiene, mudando seus hábitos, assim também nós precisamos atentar para a necessidade de guardamos uma vida pura, diante de Deus e dos homens. Assim como bactérias e vírus invisíveis e imperceptíveis podem nos fazer adoecer e morrer, também os vírus e bactérias espirituais, embora às vezes pareçam insignificantes, podem nos destruir, e impedir a nossa edificação. Paulo nos adverte em outro lugar: “eis a razão porque há entre vós muitos fracos e doentes, e não poucos que dormem.” (1 Co 11.30).
Portanto Paulo queria dar-lhes instrução, e exortá-los a buscar a paz entre si, e que se arrependessem da impureza, prostituição e lascívia que estavam praticando. Vamos nós fazer o que é necessário à edificação, para a glória de Deus.

domingo, 22 de fevereiro de 2015



(LEIA 2Co 12.11-21)

PAULO E SEUS COLABORADORES CONSTRUÍRAM UM BOM TESTEMUNHO DIANTE DAS IGREJAS E COMUNIDADES.
VEJAMOS NESTE TEXTO ALGUMAS MANEIRAS PELAS QUAIS ESTE BOM TESTEMUNHO FOI CONSTRUÍDO:

I – DEMONSTRAÇÕES DE CAPACIDADE (11,12)

Paulo diz que suas credenciais foram manifestas à igreja de Corinto, por sinais, prodígios e poderes miraculosos. E nós, que não temos estes poderes, como podemos demonstrar nossa capacidade?
Muitas pessoas querem exercer um ministério de pastor ou missionário, mas não têm capacidade. Para que o ministério seja bem executado, é necessário preparar-se e mostrar à comunidade que cumpre as exigências para tal obra. Timóteo (At 16.1-3) foi escolhido por Paulo para acompanhá-lo no ministério do apostolado. A escolha se deu porque este discípulo tinha bom testemunho das cidades de Listra e Icônio. Ainda assim, para que não ficasse nenhuma dúvida, Paulo exigiu que fosse circuncidado, porque seu pai era grego, embora sua mãe fosse judia, e Timóteo ia exercer seu ministério primeiramente entre os judeus nas cidades do Império.
Um exemplo de demonstração de capacidade é o do missionário chamado Valteir, que preparou-se, estudando teologia no IBE (Araçatuba-SP) e linguística na Universidade Federal de Santa Catarina, e foi trabalhar entre o povo Dâw. Seu trabalho, junto com outros missionários, usando os dons espirituais, conhecimentos e técnicas aprendidos nas faculdades, resultaram no resgate daquele povo, como se vê no vídeo disponível no link https://www.youtube.com/watch?v=1GvSjKhjXiM. Hoje o resultado deste trabalho o credencia para que seja aceito em outros lugares, para expandir o reino de Deus (Valteir fez depois doutorado em linguística, além de outros cursos, e hoje é professor na Universidade Estadual do Amazonas).

II – DEMONSTRAÇÕES DE AMOR

Paulo tinha bom testemunho por causa de seu amor sem limites. O amor de Paulo pela igreja era pra valer. Além de fazer de tudo para não lhes ser pesado, estava disposto até a entesourar riquezas para eles, como um pai faria com seus filhos. Nossa igreja Bíblica de São José do Rio Preto tem sido amada assim, também, por nosso pastor missionário, que, como Paulo, além de não receber sustento ainda tem nos doado bens e recursos.
Quem tem amor sincero, não procura seus próprios interesses. Um missionário bem treinado sabe que as necessidades no campo vão além das espirituais. Por isso aprendem noções de primeiros socorros, alfabetização, e contam com o apoio das igrejas para suprir necessidades básicas do povo a ser evangelizado.
No início da Igreja, uma das primeiras ações dos novos convertidos era vender seus bens e dar aos apóstolos para que estes distribuíssem aos pobres conforme tivessem necessidade. (At 2.44,45; 4.32-37). Lembremos que, pouco antes, Paulo fez um apelo para que fossem generosos na doação aos santos que estavam em dificuldades. Parece que Corinto era um passo para a igreja moderna, em que se retem, sim, os bens, para doar conforme Deus toca no coração.

III – DEMONSTRAÇÕES DE INTEGRIDADE

Ironicamente, Paulo levanta a possibilidade de ele ter sido astuto, e de tentar conseguir algum proveito através dos obreiros que enviou à igreja. Lança então um desafio: Tito vos explorou? Confiava em Tito a ponto de ter a certeza que a resposta seria negativa. E se Tito tivesse explorado a igreja? Tudo o que Paulo disse cairia por terra. Por isso a mensagem do evangelho deve ser acompanhada de uma vida íntegra, para que o bom testemunho seja autenticador da mensagem.
Numa reportagem publicada em 17/07/2012 na Folha Online, o repórter diz que na Igreja Yoido do Evangelho Pleno, na Coréia do Sul, “A estrutura tamanho família da Igreja conta com estantes forradas de envelopes com o nome de doadores. No hall de entrada há caixas eletrônicos para sacar dinheiro.” http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2012/07/1121226-igreja-pentecostal-tem-crescimento-veloz-na-coreia-do-sul.shtml Acessado em 20/02/2015
O reverendo Yonggi Cho, fundador da Igreja, em 2014, “ foi considerado culpado de causar um desfalque no valor cerca de 13 milhões de wons (equivalente a 12 milhões de dólares, ou cerca de 9 milhões de euros) em 2002, ao ordenar à tesouraria que comprasse ações da empresa de seu filho, Cho Hee –jun, a um preço quatro vezes maior que o valor de mercado.” http://www.pulpitocristao.com/2014/02/paul-young-cho-pastor-da-maior-igreja.html#.VOfia3zF_rQ Acessado em 20/02/2015
Há muitos que defendem o reverendo, dizendo que ele, hoje com 79 anos, sempre levou uma vida simples, e que se houve má-fé no caso do desfalque à Igreja foi por ter sido enganado por seu filho, este sim, de caráter duvidoso.
Pode ser que isto tenha explicação plausível, mas a imagem que fica registrada para os que observam de longe, é a de que tem alguma coisa errada na administração da riqueza proveniente dos fiéis. Um pastor deve tomar o máximo de cuidado com este tipo de relação, e foi o que Paulo fez, por exemplo, no caso em que se tornou um dos portadores das doações para os santos da judéia (2Co 8.16-22).

APLICAÇÕES:

Vamos utilizar nossos dons e talentos e esforçarmo-nos para que em nada sejamos inferiores a todos os que se chamam mestres.
Pensemos em como podemos ser úteis e ajudar as pessoas que queremos evangelizar.
Não cobicemos seus bens, caso eles os tenham. O amor do dinheiro é a raiz de todos os males. Cuidemos com nosso testemunho, sejamos íntegros em nosso procedimento, honrando nossas obrigações.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015


(leia 2 Co 11.30-12.10)
AS TRÊS FRAQUEZAS DO CRISTÃO

I - FALTA DE SOSSEGO (11.30-33)

Paulo, ao se converter, não teve mais sossego. Estava sempre buscando um lugar para evangelizar, ou fugindo das perseguições. Teve que sair de Damasco escondido e às pressas, com certeza levando apenas a roupa do corpo, sem saber para onde ou como iria. Quando recebemos a Cristo, estamos também declarando nossa fraqueza. Estamos nos rendendo ao Deus que nos criou e nos declara que nada somos sem ele. Ele nos diz que somos pecadores, que merecemos a morte, mas que, em seu amor, Cristo morreu por nós. Ao nos rendermos, somos seus prisioneiros, e seguiremos para onde ele nos conduzir. Não sabemos como nem para onde. Só temos a certeza de que teremos que deixar muita coisa para trás e seguir a Jesus. Na vida cristã não temos descanso. O descanso será no céu, começando com as bodas do Cordeiro. Aqui, porém, ele tem um trabalho para nós realizarmos. Além disso, temos um “leão” nos perseguindo, procurando nos devorar. Por isso passamos por tribulações, e Deus tem dado alguma liberdade ao nosso inimigo, em sua soberana sabedoria. Sabemos muito pouco sobre as coisas que acontecem nas “regiões celestiais”, mas um dos motivos para ele permitir que sejamos perseguidos, certamente é que precisamos aprender a obediência. Por isso não temos tudo o que queremos. Por isso as coisas não são tão fáceis como desejamos. Às vezes estou fazendo uma coisa difícil e meu filho ou minha esposa me perguntam: “não é mais fácil pagar para alguém fazer?” Sim, é mais fácil, mas não é questão de ser mais fácil, e sim da necessidade da economia ou da falta de fundos. Muitas vezes Deus vai permitir que nos faltem fundos, que falte colaboração, que falte compreensão, que falte saúde, que falte o sossego, porque ele quer nos aperfeiçoar em nossa fraqueza.

II - A FALTA DE ARGUMENTOS (12.1-6)

Estamos sempre na defensiva. Às vezes alguém nos faz uma pergunta e nos ofendemos. Temos muitas desculpas para encobrir nossas falhas. Podemos alegar desconhecimento, doença, sobrecarga, podemos dizer que há outros piores do que nós. Temos também uma tendência a competir quando alguém nos fala, por exemplo: “olha, minha casa está sempre limpinha, mas a sua está uma bagunça”; nós normalmente respondemos algo parecido com: “para você é fácil, que não tem filhos. Quero ver se você tivesse quatro crianças como eu”. Gostamos, também, de nos gabar: “eu comecei do nada e hoje tenho muitas riquezas, consegui tudo com o esforço do meu trabalho”.
Paulo tinha ouvido coisas inefáveis, coisas que não podia falar. Quantas vezes pensamos em nosso íntimo: “se esta pessoa soubesse o quanto já sofri para estar onde eu estou, não me trataria desta maneira”. Guardamos segredos que talvez nunca outras pessoas saberão. Só nós e Deus sabemos. Como gostaríamos de poder falar abertamente sobre certas coisas, pois calaria a boca de muita gente que nos critica, mas não podemos. Alguma coisa nos impede de falar. Se algumas pessoas soubessem o quanto as queremos bem, o quanto oramos por elas, o quanto já fizemos por elas em segredo! Mas não podemos falar. Se algumas pessoas soubessem que sabemos segredos de sua vida, que elas nem imaginam que sabemos, talvez fossem menos soberbas. Mas tem coisas que só serão reveladas no céu. Deus nos revela coisas das quais não temos oportunidade ou somos proibidos de falar, ou que as pessoas não suportariam se falássemos. O cristão sabe coisas as quais as pessoas do mundo não acreditam quando ele fala.
Por isso precisamos falar também com nossas vidas, para que tenhamos credibilidade quando falarmos.

III - FALTA DE HONRA (12.7-10)

Certa vez alguém me perguntou se eu achava que um pastor devia ganhar bem. Eu pensei, e respondi que sim, porque ele estudou muito, fez uma faculdade de teologia, formou-se com muita dificuldade. Se fosse um engenheiro, um médico ou um advogado, as pessoas não fariam esse tipo de pergunta. Muitos se formaram numa faculdade teológica, com nível de dificuldade igual ou superior a muitas faculdades seculares, mas não têm seu diploma reconhecido pelo MEC. O governo não reconhece, e a sociedade não reconhece o valor de um curso de teologia, mas reconhece muito bem o valor de um curso de medicina. O médico cura uma doença temporária, mas o pastor é treinado para possibilitar a cura de doenças eternas. Qual tem mais peso? Conheço muitas pessoas formadas em teologia, e outros que, embora não tenham se formado numa faculdade teológica, têm vasto conhecimento bíblico. Porque estas pessoas não estão pastoreando uma igreja, ou exercendo o ministério entre povos indígenas, ou em países pobres: É porque não há necessidade? Não. É porque falta reconhecimento. Porque o mundo não reconhece, e os cristãos estão míopes quanto ao fato de que o mundo está errado em não dar a devida honra a estes tais que resolveram dedicar suas vidas para servirem ao Senhor.
Mas Deus tem permitido que esta fraqueza existisse entre os cristãos. Ele tem um propósito. Paulo tinha um espinho na carne. Não sabemos exatamente o que era, mas que este espinho na carne o impedia de se ensoberbecer, para que o único a ser glorificado com o seu trabalho fosse Deus. Ele quer que o sirvamos, sem pensar no galardão. Ele não nos abandona, não vai nos deixar faltar o que comer e o que vestir. Mas a recompensa virá somente quando estivermos no céu.

Sabendo que temos estas fraquezas, e que Deus tem um propósito para que isto seja assim, façamos como Paulo e sirvamos ao Senhor com todo o fervor, e alegremo-nos nas fraquezas, porque quando somos fracos, então é que somos fortes.