quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015


(leia 2 Co 11.30-12.10)
AS TRÊS FRAQUEZAS DO CRISTÃO

I - FALTA DE SOSSEGO (11.30-33)

Paulo, ao se converter, não teve mais sossego. Estava sempre buscando um lugar para evangelizar, ou fugindo das perseguições. Teve que sair de Damasco escondido e às pressas, com certeza levando apenas a roupa do corpo, sem saber para onde ou como iria. Quando recebemos a Cristo, estamos também declarando nossa fraqueza. Estamos nos rendendo ao Deus que nos criou e nos declara que nada somos sem ele. Ele nos diz que somos pecadores, que merecemos a morte, mas que, em seu amor, Cristo morreu por nós. Ao nos rendermos, somos seus prisioneiros, e seguiremos para onde ele nos conduzir. Não sabemos como nem para onde. Só temos a certeza de que teremos que deixar muita coisa para trás e seguir a Jesus. Na vida cristã não temos descanso. O descanso será no céu, começando com as bodas do Cordeiro. Aqui, porém, ele tem um trabalho para nós realizarmos. Além disso, temos um “leão” nos perseguindo, procurando nos devorar. Por isso passamos por tribulações, e Deus tem dado alguma liberdade ao nosso inimigo, em sua soberana sabedoria. Sabemos muito pouco sobre as coisas que acontecem nas “regiões celestiais”, mas um dos motivos para ele permitir que sejamos perseguidos, certamente é que precisamos aprender a obediência. Por isso não temos tudo o que queremos. Por isso as coisas não são tão fáceis como desejamos. Às vezes estou fazendo uma coisa difícil e meu filho ou minha esposa me perguntam: “não é mais fácil pagar para alguém fazer?” Sim, é mais fácil, mas não é questão de ser mais fácil, e sim da necessidade da economia ou da falta de fundos. Muitas vezes Deus vai permitir que nos faltem fundos, que falte colaboração, que falte compreensão, que falte saúde, que falte o sossego, porque ele quer nos aperfeiçoar em nossa fraqueza.

II - A FALTA DE ARGUMENTOS (12.1-6)

Estamos sempre na defensiva. Às vezes alguém nos faz uma pergunta e nos ofendemos. Temos muitas desculpas para encobrir nossas falhas. Podemos alegar desconhecimento, doença, sobrecarga, podemos dizer que há outros piores do que nós. Temos também uma tendência a competir quando alguém nos fala, por exemplo: “olha, minha casa está sempre limpinha, mas a sua está uma bagunça”; nós normalmente respondemos algo parecido com: “para você é fácil, que não tem filhos. Quero ver se você tivesse quatro crianças como eu”. Gostamos, também, de nos gabar: “eu comecei do nada e hoje tenho muitas riquezas, consegui tudo com o esforço do meu trabalho”.
Paulo tinha ouvido coisas inefáveis, coisas que não podia falar. Quantas vezes pensamos em nosso íntimo: “se esta pessoa soubesse o quanto já sofri para estar onde eu estou, não me trataria desta maneira”. Guardamos segredos que talvez nunca outras pessoas saberão. Só nós e Deus sabemos. Como gostaríamos de poder falar abertamente sobre certas coisas, pois calaria a boca de muita gente que nos critica, mas não podemos. Alguma coisa nos impede de falar. Se algumas pessoas soubessem o quanto as queremos bem, o quanto oramos por elas, o quanto já fizemos por elas em segredo! Mas não podemos falar. Se algumas pessoas soubessem que sabemos segredos de sua vida, que elas nem imaginam que sabemos, talvez fossem menos soberbas. Mas tem coisas que só serão reveladas no céu. Deus nos revela coisas das quais não temos oportunidade ou somos proibidos de falar, ou que as pessoas não suportariam se falássemos. O cristão sabe coisas as quais as pessoas do mundo não acreditam quando ele fala.
Por isso precisamos falar também com nossas vidas, para que tenhamos credibilidade quando falarmos.

III - FALTA DE HONRA (12.7-10)

Certa vez alguém me perguntou se eu achava que um pastor devia ganhar bem. Eu pensei, e respondi que sim, porque ele estudou muito, fez uma faculdade de teologia, formou-se com muita dificuldade. Se fosse um engenheiro, um médico ou um advogado, as pessoas não fariam esse tipo de pergunta. Muitos se formaram numa faculdade teológica, com nível de dificuldade igual ou superior a muitas faculdades seculares, mas não têm seu diploma reconhecido pelo MEC. O governo não reconhece, e a sociedade não reconhece o valor de um curso de teologia, mas reconhece muito bem o valor de um curso de medicina. O médico cura uma doença temporária, mas o pastor é treinado para possibilitar a cura de doenças eternas. Qual tem mais peso? Conheço muitas pessoas formadas em teologia, e outros que, embora não tenham se formado numa faculdade teológica, têm vasto conhecimento bíblico. Porque estas pessoas não estão pastoreando uma igreja, ou exercendo o ministério entre povos indígenas, ou em países pobres: É porque não há necessidade? Não. É porque falta reconhecimento. Porque o mundo não reconhece, e os cristãos estão míopes quanto ao fato de que o mundo está errado em não dar a devida honra a estes tais que resolveram dedicar suas vidas para servirem ao Senhor.
Mas Deus tem permitido que esta fraqueza existisse entre os cristãos. Ele tem um propósito. Paulo tinha um espinho na carne. Não sabemos exatamente o que era, mas que este espinho na carne o impedia de se ensoberbecer, para que o único a ser glorificado com o seu trabalho fosse Deus. Ele quer que o sirvamos, sem pensar no galardão. Ele não nos abandona, não vai nos deixar faltar o que comer e o que vestir. Mas a recompensa virá somente quando estivermos no céu.

Sabendo que temos estas fraquezas, e que Deus tem um propósito para que isto seja assim, façamos como Paulo e sirvamos ao Senhor com todo o fervor, e alegremo-nos nas fraquezas, porque quando somos fracos, então é que somos fortes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Gostou do serviço? Não!!!? Poste seu comentário, queremos melhorar.