sábado, 18 de março de 2017
Ambiente de Salvação (Atos 3.1-10)
A salvação estava alcançando milhares, em Jerusalém. Jesus, o Salvador, deixou aos seus apóstolos a missão de anunciar que a salvação havia chegado. Salvação que não era para todos, mas somente para aqueles que a desejassem de todo o coração.
A leitura desse parágrafo de Atos me lembrou uma parábola que Jesus contou em Lucas 14.15-24, onde certo homem deu uma grande ceia e convidou muitos, mas quando enviou o seu servo para reunir os convidados, estes começaram a dar desculpas. Um falou que comprou um campo e precisava vê-lo; outro disse que comprou cinco juntas de bois e tinha que experimentá-las; outro disse que não podia ir porque tinha acabado de se casar. Então, irado, ele mandou o seu servo sair depressa para as ruas e becos da cidade e trazer os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos. É uma pena para quem rejeitou ir à festa daquele homem, porque o mesmo representa Deus chamando as pessoas para seu ambiente de salvação. Aqui em Atos nós encontramos uma possível aplicação daquela parábola, uma história real, contando a maneira como a salvação atingiu um homem, coxo de nascença. Ele foi avançando, adentrando num ambiente de salvação, como se estivesse entrando na festa da parábola de Jesus. A entrada do homem coxo nesse ambiente de salvação se deu através de pelo menos quatro passos:
Primeiro passo: Tornou-se candidato à salvação por estar cumprindo o seu dever (1,2)
Pedro e João estavam subindo ao templo para a reunião de oração da hora nona. O homem, coxo de nascença, era levado e posto diariamente à porta do templo conhecida como Formosa, e ali pedia esmola aos que entravam.
Os judeus zelosos costumavam reservar alguns momentos no decorrer do dia para se dedicarem à oração. Daniel, por exemplo, “três vezes por dia, se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus” (Daniel 6.10). O salmista já cantava em Salmos 55.17: “À tarde, pela manhã e ao meio-dia, farei as minhas queixas e lamentarei; e ele ouvirá a minha voz”. O Senhor Jesus, mesmo estando na cruz, clamou a Deus com a mais profunda dor do seu coração, por volta da preciosa hora nona, como podemos ler em Mateus 27.46.
Os dois apóstolos, zelosos judeus, estavam no cumprimento de seu dever, indo ao templo para a oração da hora nona, e pelo caminho encontravam outros que também estavam cumprindo o seu dever. Homens como o gentio Cornélio que, de acordo com Atos 10.30, tornou-se candidato a ouvir o evangelho da salvação quando observava a mesma hora nona de oração em sua casa. Homens como aquele coxo que era impedido de entrar no templo para orar, mas diariamente cumpria o seu dever de se assentar à porta para pedir esmolas. Devia estar orando em seu íntimo quando chamou a atenção de Pedro e João, que o identificaram como um legítimo candidato à salvação.
Segundo passo: Tornou-se aberto à salvação quando olhou para aquele que podia ajudá-lo (3-5)
Prestes a entrar no templo, os apóstolos ouviram a súplica daquele que lhes implorava uma esmola. “Pedro, fitando-o, juntamente com João, disse: Olha para nós” (v.4). Imagino o homem coxo olhando atentamente para Pedro e João, esperando receber alguma esmola, com uma atitude de humildade, de quem estava numa condição miserável, procurando quem pudesse lhe ajudar.
O gesto de olhar para os apóstolos era muito mais do que uma mera visualização. Sendo os apóstolos mensageiros da salvação em Cristo, o gesto de olhar para eles abriu o caminho daquele homem para a salvação. Jesus disse em Mateus 6.22 que os olhos são a “lâmpada do corpo”. Na conversa que teve com Nicodemos (João 3.14), o Mestre revelou que se tornaria como a serpente de bronze no deserto, pois na direção desta, levantada por Moisés para salvar os que eram picados por serpentes venenosas, deveria olhar todo o que se reconhecesse necessitado de salvação (Números 21.9). Assim os pecadores arrependidos devem olhar para Jesus, com uma fé semelhante à de Abraão que, quando Deus o mandou olhar para as estrelas do céu, creu que o Senhor faria igualmente numerosa a sua posteridade, e a sua fé lhe foi imputada para justiça (Gênesis 15.5; Romanos 4.3). Algumas pessoas, por outro lado, perdem a vida porque não conseguem controlar o seu olhar, como foi o caso da mulher de Ló, convertida numa estátua de sal (Gênesis 19.26). Samuel precisou reformular a maneira como olhava para as pessoas, e aprendeu isso quando foi à casa de Jessé para escolher um rei, e à primeira vista se encantou com a beleza do porte de Eliabe, ao que o Senhor lhe disse: “Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração” (Gênesis 16.6,7).
A maioria dos homens de hoje fecha os olhos para a realidade da presença de Deus, como criticou Isaías: “Liras e harpas, tamboris e flautas e vinho há nos seus banquetes; porém não consideram os feitos do SENHOR, nem olham para as obras das suas mãos” (Isaías 5.12). Eles deveriam orar como no Salmo 119.18: “Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei”. Deus anunciou em Zacarias 12.10 que algumas pessoas um dia “olharão para aquele a quem traspassaram” com “espírito de graça e de súplicas”, e “chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito”.
Somos todos aconselhados pelo Senhor em Apocalipse 3.18 a tratar de nossa deficiência visual: “Aconselho-te que de mim compres [...] colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas”.
A maneira como olhamos a vida pode nos transformar em pessoas abertas ao recebimento da salvação.
Terceiro passo: tornou-se beneficiário da salvação quando creu e começou a caminhar em nome de Jesus (6-8)
Pedro lhe disse: “Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” (v.6). Tomou o coxo pela mão direita e o levantou. Seus pés e tornozelos se firmaram instantaneamente. De pé num salto, “passou a andar e entrou com eles no templo, saltando e louvando a Deus”.
O que Pedro fez na realização da cura do homem foi o que Jesus costumava fazer: dava tarefas aos doentes que curava, talvez para que tivessem a oportunidade de demonstrar a sua fé, como em Marcos 2.11: “Eu te mando: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa”, em João 5.8: “Levanta-te, toma o teu leito e anda”, ou em João 9.7: “Vai, lava-te no tanque de Siloé”, e também em Lucas 17.12-14: “Ide e mostrai-vos aos sacerdotes”. Todos os que recebem a Salvação em Jesus devem corrigir o seu andar, conforme Colossenses 2.6: “Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele”, e em 1 João 2.6: “aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou”.
Se o coxo não tivesse crido, se não tivesse levantado e começado a andar em nome de Jesus, não teria se tornado beneficiário da salvação. Notemos que sua primeira atividade como homem curado foi honrar a Deus, entrando no templo, saltando e louvando.
Quarto passo: Tornou-se proclamador da salvação quando tributou louvores a Deus (9,10)
Todo mundo que estava no templo viu o homem andando e louvando a Deus, e reconheceram todos que era o mesmo que antes esmolava assentado à Porta. Isso fez com que eles se enchessem de admiração e assombro.
Quem é salvo pela graça de Deus, como foi o caso do homem coxo, não pode deixar de proclamar o que lhe aconteceu. Hebreus 13.15 nos exorta para que, “por meio de Jesus, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome”. Podemos fazer como o salmista que resolveu: “Bendirei o SENHOR em todo o tempo, o seu louvor estará sempre nos meus lábios” (Salmos 34.1). Adotando essa atitude, segundo Salmos 40.3, “muitos verão essas coisas, temerão e confiarão no SENHOR”. Antes que o louvor cheque à nossa boca, ele passa pelo nosso coração, e por isso Filipenses 4.8 insiste: “[...] se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento”.
Há outras formas de louvar além de cantar e orar, como sugere Filipenses 1.11, quando Paulo ora para que a igreja fique cheia “do fruto de justiça, o qual é mediante Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus”. Por essa declaração entendemos que os frutos de justiça, as boas obras praticadas por aqueles que são salvos pela graça de Deus, o glorificam e o louvam. Uma vida de fé, superando em Cristo todas as dificuldades que envolvem o ato de viver, pode louvar a Deus, como deseja 1 Pedro 1.7 a seus leitores, “para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo”.
Conclusão
Você já entrou nesse ambiente de salvação que Deus lhe preparou? Se você é um cumpridor de seus deveres, se está procurando fazer a sua parte, se não está desprezando o chamado de Deus, como fizeram os homens da parábola daquela festa, então você é um candidato à salvação e precisa tornar-se aberto, olhar para Jesus, tal qual se revela na Bíblia, porque ele é o único que pode te dar salvação. Se você crê e recebe, se torna beneficiário da salvação e passa a caminhar nos passos de Jesus. Você vai se alegrar com a salvação que lhe foi dada, e em meio aos louvores se tornará num proclamador da salvação, pelo seu modo de viver, e pelas suas palavras.
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