sábado, 3 de julho de 2021

Que devo fazer para que seja salvo? (Atos 16.25-34)

Atualmente, sobre quase tudo o que queremos aprender, podemos encontrar muitas e boas informações na rede mundial de computadores. Desde como fazer um bolo até como consertar os mais complicados aparelhos eletrônicos, os vídeos, imagens e textos postados por cidadãos comuns, que se propõe a ensinar o que aprenderam, estão de portas abertas para nos ensinar.

No tempo de Paulo não tinha estes recursos, e um competente carcereiro estava carregando em seu coração, é bem provável que há muito tempo, uma grande dúvida que, embora a buscasse avidamente, ainda não encontrara resposta consistente: “Que devo fazer para que seja salvo?” Ele parecia, em vez de carcereiro, um prisioneiro em suas próprias emoções, prestes mesmo a atentar contra sua própria vida, num momento de grande crise. Mas quando a graça de Deus o alcançou, ele viu, finalmente, as portas se abrindo. Vejamos, neste texto bíblico, quais foram estas portas que se abriram para o carcereiro, para o libertar da angústia de sua alma.

As portas do cárcere (25-28)

Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam. De repente, sobreveio tamanho terremoto, que sacudiu os alicerces da prisão; abriram-se todas as portas, e soltaram-se as cadeias de todos. O carcereiro despertou do sono e, vendo abertas as portas do cárcere, puxando da espada, ia suicidar-se, supondo que os presos tivessem fugido. Mas Paulo bradou em alta voz: Não te faças nenhum mal, que todos aqui estamos!

Estas portas sendo abertas, à primeira vista, não parecia ser motivo de bênção, mas de maldição, para o carcereiro. Quando o milagroso terremoto sacudiu os alicerces e abriu as portas da prisão de que era responsável, ele achou que seu mundo tinha caído e, portanto, só lhe restava a morte.

Talvez outros presos tivessem reclamado com Paulo, por não ter ficado quieto e deixado o carcereiro se matar, para então poderem fugir. Mas Paulo e Silas, que há poucos instantes estavam orando e cantando louvores, em meio à dor dos açoites e à humilhação da prisão, logo souberam que este acontecimento vinha da parte de Deus, que estava fazendo um milagre para a salvação de muitas almas, e isto não era ocasião de buscarem vantagens pessoais.

Assim como hoje há muitas corporações que têm seus representantes cristãos, como Atletas de Cristo, PMs de Cristo, Motociclistas de Cristo, Paulo se colocou naquele momento como um verdadeiro “Prisioneiro de Cristo”. Ele se declarou assim, na carta aos efésios: “[...] por esta causa eu, Paulo, sou o prisioneiro de Cristo Jesus, por amor de vós, gentios” (Efésios 3.1).

Para Paulo, até as prisões que sofreu eram encaradas como oportunidades para testemunhar, e assim declarou, em carta a Timóteo, seu amor a Cristo e ao evangelho, pelo qual sofria até algemas, como malfeitor, que, “[...] contudo, a palavra de Deus não está algemada” (2ª Timóteo 2.9), e era possível gerar filhos espirituais entre algemas, a exemplo de Onésimo (Filemon 1.10).

Muitas pessoas acham que são livres para praticar todo tipo de abominações, mas são, na verdade, prisioneiros do pecado. Para estes, as portas do cárcere somente se abrirão no momento de comparecerem perante o Juiz e receberem a condenação eterna, junto com os “anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio” que Deus “tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande Dia” (Judas 1.6).

Quando as portas da prisão se abriram, frustrando o seu competente trabalho de guardar os prisioneiros, o carcereiro pensou que era o seu fim, mas não. Era apenas o começo de sua libertação.

As portas da salvação (29-31)

Então, o carcereiro, tendo pedido uma luz, entrou precipitadamente e, trêmulo, prostrou-se diante de Paulo e Silas. Depois, trazendo-os para fora, disse: Senhores, que devo fazer para que seja salvo? Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa.

Eles bem que podiam fugir, mas estavam tão sintonizados com o Espírito Santo que perceberam que as portas estavam abertas, não para que eles saíssem, mas sim para que o carcereiro entrasse. Naquele momento, para ele, elas eram as portas da salvação.

Era uma hora apropriada para Paulo e Silas utilizarem as chaves mencionadas em Mateus 16.19, quando Jesus disse a Pedro: “dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus”. Era a hora de apresentarem Jesus, que afirmou em João 10.7: “Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas”; e em João 10.9: “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem”.

As portas da casa do carcereiro (32-34)

E lhe pregaram a palavra de Deus e a todos os de sua casa. Naquela mesma hora da noite, cuidando deles, lavou-lhes os vergões dos açoites. A seguir, foi ele batizado, e todos os seus. Então, levando-os para a sua própria casa, lhes pôs a mesa; e, com todos os seus, manifestava grande alegria, por terem crido em Deus.

O milagre daquela noite foi tão excepcional que, agora, até as portas da casa do carcereiro se abriram para os apóstolos e, em consequência, para Cristo, pois ele disse que,

Quem vos recebe a mim me recebe; e quem me recebe recebe aquele que me enviou. Quem recebe um profeta, no caráter de profeta, receberá o galardão de profeta; quem recebe um justo, no caráter de justo, receberá o galardão de justo. E quem der a beber, ainda que seja um copo de água fria, a um destes pequeninos, por ser este meu discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão (Mateus 10.40,42).

Desde o começo, os lares cristãos têm sido locais de reuniões, de hospitalidade e de promoção do evangelho. Durante o ministério terreno de Jesus, muitos lares o acolheram, como o de Pedro, (cuja sogra foi curada), de Marta e Maria, de Zaqueu, de Levi. Temos notícias de igrejas que se reuniam nas casas de Áquila e Priscila (1ª Coríntios 16.19), Ninfa (Colossenses 4.15), Filemon (1.2), João Marcos (Atos 12.12), e sabemos que era comum eles se reunirem de casa em casa para partir o pão.

Os templos são confortáveis, abrigam maior número, mas não têm o aconchego, a intimidade e o alcance que só os lares podem prover. Por isto é tão importante abrirmos nossas portas para receber os irmãos. Mais importante, porém, é manter nosso lar sempre apto a receber o próprio Senhor Jesus, na pessoa do Espírito Santo. Nada que seja incompatível com a santidade de Deus deve permanecer em nossos lares cristãos.

Conclusão

O que devo fazer para que seja salvo? Esta é uma pergunta que muitos se fazem, ainda hoje, e procuram uma porta aberta para que possam entrar na bem-aventurança.

As portas do cárcere abertas, a princípio, representavam ao carcereiro motivo de frustração e desespero, a ponto de tentar o suicídio. Mas no final ele viu que foi uma bênção, pois as portas da salvação lhe foram abertas através disso, quando lançou a pergunta e recebeu a resposta: “Crê no Senhor Jesus [...]”. E, crendo ele, abriu as portas de sua própria casa para o evangelho entrar.

 

Artigo elaborado por: Arildo Louzano da Silveira. São José do Rio Preto, julho de 2021.

(*) Foto do cabeçalho disponível em: https://www.pcamaral.com.br/2012/06/confessei-te-o-meu-pecado-e-minha.html Acesso em 03 jul. 2021.

(**) Citações da Bíblia extraídas de: A Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada 2ªed. 1988, 1993. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2012. 1280p.

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