quarta-feira, 17 de junho de 2015


“Impacto profundo”

(Leia Mc 6.1-6)

Jesus foi para a sua terra, para o lugar onde tinha crescido. Era bem conhecido ali. Durante quase trinta anos, andara por aquelas ruas, freqüentara os mercados, assistira aos cultos na sinagoga. Mas, agora, ele vinha de uma maneira diferente. Tinha se tornado uma celebridade. Por toda parte se divulgava a sua fama, e era seguido por uma multidão de discípulos. A notícia de sua chegada deve ter alvoroçado a cidade, e correram para a sinagoga para ouvir a sua mensagem. Quando alguém ouve falar de Jesus, e fica conhecendo a sua história e os seus ensinamentos, fica inevitavelmente impressionado. Este texto nos fala dos impactos causados na vida de quem ouve a mensagem de Jesus.

ADMIRAÇÃO (1,2)

O primeiro impacto que Jesus causou sobre os ouvintes na sinagoga foi de admiração. Suas palavras eram fortes, sábias, contundentes. Às vezes, recebemos a mensagem de Jesus desta forma. Conhecemos quem é Jesus, o que pode fazer, os seus ensinamentos. O impacto neste nível é bem superficial. Estamos vendo as coisas periféricas. Jesus tem palavras bonitas, responde nossas orações, nos livra das aflições, nos dá paz no coração, forças para enfrentar as dificuldades desta vida, prosperidade financeira. Este impacto já foi recebido pela maioria das pessoas que conhecemos. Em nosso país, a maior parte da população se declara cristã. Podemos dizer que o Brasil é um país evangelizado. A missão dos portugueses foi cumprida a contento. Nos nossos círculos de relacionamento, há pessoas falando de Cristo e do amor de Deus o tempo todo. Falam de esperança, da importância de andar corretamente diante de Deus, para ser bem sucedido na vida. Em programas de grande audiência na televisão, muitas vezes, aparecem crentes cantando músicas evangelizadoras. Mas o impacto que causa nas pessoas geralmente não passa da admiração, de acharem bonito.

APLICAÇÃO (3,4)

O segundo impacto causado por Jesus nas pessoas que o ouviam, foi o da aplicação. Se eles reconheciam que Jesus tinha sabedoria incomum, e que operava sinais que somente Deus poderia fazer, então teriam de aceita-lo como seu mestre, um guia que ia ensinar-lhes, em pormenores, como aplicar o ensinamento recebido, analisar seu modo de viver e apontar os erros e acertos, propor ajustes. É neste ponto que as pessoas começam a sair de sua área de conforto, e ficam nervosas, e começam a se defender. Provavelmente é por isso que lembraram a Jesus que ele era o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José e Judas, e que suas irmãs ainda viviam no meio deles. Jesus não podia ser o seu mestre, não era digno. É como se dissessem: que faculdade você cursou? Que títulos nos apresenta, para querer colocar-se como nosso mestre? Muitas vezes ouvimos verdades, as quais acabamos reconhecendo, mas não queremos que se intrometam em nossa vida, que nos digam o que fazer. Diminuir a dignidade de quem nos admoesta é uma maneira de escaparmos deste controle. Uma vez ouvi a história de um bêbado falando para o outro: “Você precisa parar de beber, se não vai acabar morrendo de cirrose. Além disto, está acabando com sua vida e com a vida das pessoas que te amam”. O outro respondeu algo como: “Olha só quem está falando! Vê se te enxerga!”. Mas o fato é que o primeiro bêbado falou a verdade. O outro devia ouvir e se arrepender, independente de quem o estava admoestando.

DECISÃO (5,6)

A atitude de Jesus, ao manter-se firme em sua pregação, provocou neles o impacto mais profundo. Colocou os Nazarenos numa situação em que se exigia uma decisão. Não podiam mais ficar em cima do muro. O momento era crítico. Porém, a maioria deles decidiu não crer. Preferiram continuar na mediocridade, vivendo a vida apenas superficialmente. Por isso não houve ali nenhum milagre, senão alguns poucos enfermos, que foram curados. Sem fé, não é possível agradar a Deus, e sem satisfazer a Deus, não há salvação. Jesus precisou satisfazer o Pai, até ao ponto de sacrificar-se por amor dos pecadores. Nós precisamos satisfazê-lo com uma fé que entrega o nosso corpo como um sacrifício vivo, santo e agradável. Nada menos do que isso. A decisão está diante de nós hoje, como nos alerta 2 Co 6.2 “(...) Eu te ouvi no tempo da oportunidade e te socorri no dia da salvação; eis, agora, o tempo sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da salvação”. Quando alguém decide aceitar a Jesus como seu Senhor e Salvador, recebe a promessa da vida eterna. Mas esta, geralmente, não é a última decisão que a pessoa faz. Em todo tempo ela tem que tomar decisões. Tem que decidir se vai dormir até mais tarde ou ir à escola dominical. Se vai ao culto de oração ou vai assistir ao futebol. Se vai começar o dia com oração e leitura da Bíblia, ou passar logo para as demais atividades.

Qual impacto a mensagem de Jesus tem causado em nossas vidas? Admiração, aplicação, decisão? Que o impacto seja suficientemente profundo, a ponto de transformar nossas vidas conforme o seu querer, para a glória de Deus.

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