segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

A ciência do Salvador


(Leia Mc 14.12-31)


TODOS NO SERVIÇO DO MESTRE (um momento agridoce) (12-17)

Uma sensação de felicidade pairava no ar, parecia que tudo estava nos seus eixos. Havia um mestre e seus discípulos, os quais estavam alegres em servi-lo com o que é melhor: uma ceia farta, um cenáculo espaçoso, mobiliado e pronto. Se Jesus pensasse como um de nós, talvez tivesse reparado na sua atual prosperidade. Na sua infância, diferentemente, passara momentos difíceis. Quando estava para nascer, seus pais procuraram para si um lugar numa hospedaria, mas só conseguiram um vaga numa manjedoura (Lucas 2:7).

Jesus, porém, não pensa como um de nós. Ele saboreava aquele doce momento, sim. Desejou ansiosamente comer com os seus discípulos aquela páscoa (Lucas 22:15), mas estava ciente de que, neste ano, diferente dos outros, o verdadeiro cordeiro pascal é que seria imolado (1 Coríntios 5.7).

Para que nós não nos enganássemos com uma falsa sensação de segurança, ele nos deixou conhecer três verdades a respeito da nossa situação como discípulos.

Primeira verdade: Há um traidor entre nós (18-21)

Jesus dá aos discípulos uma notícia bombástica, que abala a paz. Em João 13.10, Jesus declarou: “Quem já se banhou não necessita de lavar senão os pés; quanto ao mais, está todo limpo. Ora, vós estais limpos, mas não todos". Em João 13.21, "angustiou-se Jesus em espírito e afirmou: Em verdade, em verdade vos digo que um dentre vós me trairá". Esta notícia deixou todos preocupados. Não era possível. Como uma coisa destas podia acontecer? Um elemento estranho surge para contaminar o ambiente, como uma infecção, como um câncer que é revelado num exame médico. Mas Jesus não foi pego de surpresa, ele sabia desde o princípio, e já estava escrito o seu destino, conforme Salmos 22.1,7,14,15,18: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que se acham longe de minha salvação as palavras de meu bramido? (...) Todos os que me vêem zombam de mim; afrouxam os lábios e meneiam a cabeça(…). Derramei-me como água, e todos os meus ossos se desconjuntaram; meu coração fez-se como cera, derreteu-se dentro de mim. Secou-se o meu vigor, como um caco de barro, e a língua se me apega ao céu da boca; assim, me deitas no pó da morte. (...) Repartem entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica deitam sortes", e conforme Isaías 53.7,8: "Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca. Por juízo opressor foi arrebatado, e de sua linhagem, quem dela cogitou? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido".

A profecia se cumpriria, conforme estava escrita, e o destino dos traidores também já estava traçado. Em João 17.12, Judas Iscariotes é citado com o título de "filho da perdição", o mesmo título do anticristo, citado em 2Tessalonicenses 2.3. Jesus advertiu também, com severidade semelhante, aqueles que fazem tropeçar outros, que estão buscando o caminho do Senhor, em Marcos 9.42: “E quem fizer tropeçar a um destes pequeninos crentes, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse lançado no mar”.

Existe ainda um traidor na igreja, no lar, e em todos os ajuntamentos humanos. A estrela da manhã, o filho da alva (Is 14.12), ainda anda em derredor, como um leão que ruge (1Pedro 5.8), procurando alguém para devorar.

Segunda verdade: Jesus pagou pelos crentes o preço de uma nova aliança (22-26)

Um antídoto, um antibiótico capaz de curar a doença do pecado, é apresentado pelo Mestre. É a Nova Aliança no sangue do Cordeiro. A paz que foi perturbada, será restaurada por ocasião da vinda do reino de Deus. Esta era a esperança dos discípulos, é ali que seus corações deviam descansar. Agora, porém, era necessário aplicar o amargo remédio, o único capaz de salvar os que nele creem. Embora a eficácia da solução de Deus tenha poder para salvar toda a humanidade, ela não terá efeito para todos, (ainda que para muitos) porque, como se diz em Hebreus 4.2, a palavra só se aproveita quando é acompanhada pela fé naqueles que a ouvem.

Ao anunciar o estabelecimento da Nova Aliança, Jesus instituiu uma cerimônia para que nunca nos esquecêssemos do meio pelo qual ela foi selada: o pão passou a representar o seu corpo, e o vinho, o seu sangue. Quando celebramos a Ceia, em obediência à sua ordem, esta simbologia nos remete ao sacrifício necessário para que fôssemos resgatados, nos enchendo de vergonha pelo mal que causamos, e ao mesmo tempo, de gratidão pelo amor eterno de nosso Salvador. Ele nos lembra, ainda, de que em breve estaremos com ele à mesa, no Reino de Deus, para nos encher de alegria nesta bendita esperança.

Terceira verdade: todos se escandalizarão (27-31)

Já estava escrito que as ovelhas ficariam dispersas, porque o Pastor seria ferido. Temos que ser realistas. Nós ainda não estamos prontos. Ao nascermos de novo, pela fé em Jesus, inciamos uma longa peregrinação espiritual, que só se findará quando o Senhor nos chamar para a glória. Não podemos nos sentir seguros enquanto não adentrarmos os portões celestiais. O Inimigo anda em derredor, e todo cuidado é pouco, para não cairmos nas suas tentações. Nossa única segurança é a promessa de Deus, que seremos salvos no final, e a perseverança é a nossa responsabilidade. O mundo parece totalmente perdido, e até mesmo nós, os crentes, estamos demasiadamente envolvidos na corrupção desta geração. Mas enquanto o Senhor nos dá fôlego, levantemos e prossigamos, como nos exorta Oséias 6.3: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR; como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.” O mundo segue seu curso, como admite Apocalipse 22.11: “Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se.”

O Senhor “conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó” (Salmos 103.14), e nos esclarece, de antemão, que está disposto a tolerar as nossas fraquezas. Sejamos confiantes, então, sabendo que o Todo Poderoso nos sustenta, e por isto mesmo, não sejamos insensatos, e não baixemos a guarda contra o inimigo.

Conhecendo estas três verdades, de que há um traidor entre nós, que Jesus pagou o preço da Nova Aliança, e que somos vulneráveis aos escândalos, podemos avançar pela vida com a prudência e a confiança de quem entende os perigos e os obstáculos, mas se ampara no poder do bondoso Salvador.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Uma boa ocasião


(Leia Mc 14.1-11)

Nos momentos próximos à grande festa anual dos judeus, as pessoas esperavam uma boa oportunidade para por em prática seus propósitos, os quais amadureciam em seus corações. Nesta condição estavam os que eram contra e a favor de Jesus. Haviam os inimigos declarados e os velados. Os primeiros, representados pelos principais sacerdotes e escribas, os últimos, por Judas Iscariotes. Mas havia também quem o amasse de todo o seu coração, como aquela mulher que ungiu o Mestre com o seu precioso perfume. Estava chegando a hora da decisão, o momento em que cada um deveria tomar o seu partido, e declarar o que estava se passando em seu coração, a respeito do Filho de Deus. Nós estamos, aqui no Brasil, comemorando a grande festa do Natal. Da mesma forma que os corações foram provados naquela festa da Páscoa, nós também temos agora grandes oportunidades de colocarmos em prática os propósitos que estão amadurecendo em nossos corações. Neste texto nós podemos observar que as pessoas assumiram pelo menos quatro posicionamentos com relação à pessoa de Jesus Cristo.

Primeiro posicionamento: INIMIZADE DECLARADA (1,2)

“Dali a dois dias, era a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos; e os principais sacerdotes e os escribas procuravam como o prenderiam, à traição, e o matariam. Pois diziam: Não durante a festa, para que não haja tumulto entre o povo.”

Os principais sacerdotes e escribas assumiram que Jesus era seu inimigo, e precisava morrer. Eles queriam matá-lo, porém, de uma maneira que não fizesse alarde, que não se criasse tumulto. Hoje em dia há pessoas que são abertamente contra o cristianismo. Na escola e nos concursos públicos podemos notar, nas questões de provas (excelente oportunidade para ensinar), um tempero de tendências ideológicas. Sobre a última prova do ENEM, lemos um artigo que diz o seguinte: "Uma das perguntas abordadas na prova foi a questão das reformas econômicas na China e seu efeito “negativo” sobre o processo de extinção gradual das classes sociais no país, que é uma das metas do comunismo” (Luís Fernando Novaes, Epoch Times, disponível em: https://www.epochtimes.com.br/enem-2015-esquece-65-milhoes-de-mortes-causadas-comunismo-chines/#.VnGQpqOfXcc – Acesso Em: 16/12/2015). Não é segredo que o comunismo é contrário ao cristianismo e também a outros tipos de religião. Nosso país tem uma lei chamada laica, que dá direito a todos de terem sua religião preferida, e também de não terem religião. Você, meu amigo, o que pensa? Qual o seu posicionamento com relação a Jesus? Pode ser de inimizade declarada, pois o nosso país o permite, e Deus também nos dá esta liberdade.

Segundo Posicionamento: ATITUDE CRÍTICA (3-9)

“Estando ele em Betânia, reclinado à mesa, em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher trazendo um vaso de alabastro com preciosíssimo perfume de nardo puro; e, quebrando o alabastro, derramou o bálsamo sobre a cabeça de Jesus. Indignaram-se alguns entre si e diziam: Para que este desperdício de bálsamo? Porque este perfume poderia ser vendido por mais de trezentos denários e dar-se aos pobres. E murmuravam contra ela. Mas Jesus disse: Deixai-a; por que a molestais? Ela praticou boa ação para comigo. Porque os pobres, sempre os tendes convosco e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem, mas a mim nem sempre me tendes. Ela fez o que pôde: antecipou-se a ungir-me para a sepultura. Em verdade vos digo: onde for pregado em todo o mundo o evangelho, será também contado o que ela fez, para memória sua.”

Uma mulher tomou a decisão de usar um precioso perfume, caríssimo, derramando-o sobre Jesus, para mostrar seu amor pelo Mestre. Por causa desta ação, ela foi criticada e hostilizada pelas testemunhas presentes. Jesus a defendeu e disse que sua demonstração de amor seria lembrada em todo o mundo. Esta profecia se cumpriu e inclusive nós, a quem também foi pregado o evangelho, hoje conhecemos bem a sua história. Muitos criticam os cristãos, dizendo que pregam, mas não praticam, e coisas deste tipo. Criticam, por exemplo, o fato de se reunirem e cantar louvores, e adorarem, enquanto muitos estão necessitados do lado de fora, morrendo de fome ou sendo oprimidos. Acham que deveriam participar mais da política, e praticar mais as boas obras. Talvez estejam parcialmente certos. Mas por que deveríamos deixar de praticar, semanalmente, com prazer, nossa adoração a Deus? São poucas horas que gastamos durante a semana para irmos à Igreja, adorarmos e aprendermos a Palavra. Temos todo o resto do tempo para praticarmos boas obras e evangelizar. Será que o amigo tem também este posicionamento crítico com relação a Cristo e seus adoradores?

Terceiro posicionamento: APOSTASIA (QUEBRA DE CONTRATO) (10,11)

“E Judas Iscariotes, um dos doze, foi ter com os principais sacerdotes, para lhes entregar Jesus. Eles, ouvindo-o, alegraram-se e lhe prometeram dinheiro; nesse meio tempo, buscava ele uma boa ocasião para o entregar.”

Judas Iscariotes era um dos doze. Andava lado a lado com o Mestre, aprendia e seguia seus passos, desde o dia em que, voluntariamente, decidiu ser um discípulo. Mas agora o seu coração estava mudado. Estava somente esperando uma boa ocasião para trair Jesus. Nós também podemos nos comparar com Judas, quando de noite, numa hora e lugar em que ninguém está olhando, achamos "boas ocasiões" para trair Jesus, para “quebrar” o nosso “contrato” de obediência, firmado com Deus, espontaneamente, em algum momento de nossas vidas. Talvez alguém que esteja lendo este texto está amadurecendo em seu coração um propósito semelhante. Satanás já colocou em seu coração a decisão de pecar. O maior obstáculo para que este plano seja colocado em prática são as pessoas ao redor, por isso só espera que apareça uma boa oportunidade, uma boa desculpa, um “empurrãozinho”. Pode não ser tão claro para alguns, mas este tipo de traição acontece com muita frequência na igreja. Quantas vezes temos ouvido histórias de alguém que deixou de vir à igreja porque alguém disse alguma coisa que o ofendeu, porque sentiu um clima de falsidade no ar, porque sente que o outro irmão não lhe quer bem. Quantos estão esperando “a gota d’água” para abandonar seu cônjuge, para sair de casa, para quebrar acordos. Talvez não tenhamos chegado ainda ao ponto de querermos romper nosso contrato com Deus, mas queremos modificar algumas cláusulas. Assumimos alguns compromissos, mas agora nos arrependemos. Deus permita que não seja assim com nenhum de nós! Que sigamos até o fim o nosso compromisso de fé. No decorrer do cumprimento do nosso contrato com Deus, também passaremos por fases ruins, que podem ser curtas ou extremamente longas, do nosso ponto de vista, mas devemos estar conscientes de que Deus é fiel, poderoso e bondoso, e que Satanás quer manchar esta relação que temos com Deus, lançando dúvidas, semeando propósitos, minando nossa fé, até que ele atinja o seu alvo de nos afastar completamente do bom caminho.

Quarto Posicionamento: AMOR INCONDICIONAL (3-9)

“Estando ele em Betânia, reclinado à mesa, em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher trazendo um vaso de alabastro com preciosíssimo perfume de nardo puro; e, quebrando o alabastro, derramou o bálsamo sobre a cabeça de Jesus. Indignaram-se alguns entre si e diziam: Para que este desperdício de bálsamo? Porque este perfume poderia ser vendido por mais de trezentos denários e dar-se aos pobres. E murmuravam contra ela. Mas Jesus disse: Deixai-a; por que a molestais? Ela praticou boa ação para comigo. Porque os pobres, sempre os tendes convosco e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem, mas a mim nem sempre me tendes. Ela fez o que pôde: antecipou-se a ungir-me para a sepultura. Em verdade vos digo: onde for pregado em todo o mundo o evangelho, será também contado o que ela fez, para memória sua.”

Muito se fala entre os crentes do amor incondicional de Deus para com o pecador, que não há nada que possamos fazer para Deus nos amar mais, ou menos, pois ele nos ama de forma perfeita. Não entendamos errado, pois o que fazemos ou deixamos de fazer importa muito a Deus. Ele nos dará galardão ou castigo de acordo com nossas ações. Mas existe também o amor “incondicional” do crente que é resoluto em amar e obedecer a Deus, não importando as circunstâncias. É claro que “incondicional” é modo de dizer, pois nós só amamos a Deus porque ele nos amou primeiro (1Jo 4.19). Mas nós podemos desenvolver por Jesus um amor abnegado, como o daquela mulher de Betânia, como o de Sadraque, Mesaque e Abede-nego, que foram resolutos em honrar a Deus, independentemente das consequências (Dn 3.16-18). É assim que, na Igreja, nos esforçamos em cantar juntos e bem alto os cânticos de louvor, que damos o melhor de nossa atenção durante o culto, que procuramos dormir bem na noite anterior, para irmos bem dispostos à Escola Dominical, que anotamos os estudos, que fazemos um bom planejamento para chegarmos na hora certa, que procuramos evangelizar e fazer boas obras. Coisas que agradam Jesus.

E então? Qual será o seu posicionamento para com Jesus, especialmente nesta boa ocasião do Natal?

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Vigilância e sobriedade


"Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam, e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim, também vós: quando virdes acontecer estas coisas, sabei que está próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão."

"Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai. Estai de sobreaviso, vigiai e orai; porque não sabeis quando será o tempo. É como um homem que, ausentando-se do país, deixa a sua casa, dá autoridade aos seus servos, a cada um a sua obrigação, e ao porteiro ordena que vigie. Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã; para que, vindo ele inesperadamente, não vos ache dormindo. O que, porém, vos digo, digo a todos: vigiai!" (Mc 13.28-37)


Após Jesus falar sobre os acontecimentos precedentes à sua vinda, ele enfatiza que o tempo está próximo, embora ninguém saiba quando será exatamente o dia de sua volta. Por isto mesmo exorta, com insistência, para que sejamos vigilantes, para que cuidemos de nossas obrigações, para que estejamos em constante oração.

Nossa atitude deve ser a de servos que esperam o seu Senhor. Quem crê em suas palavras e obedece às suas ordens, não será pego de surpresa. Mas os que não creem e não obedecem, presumem que o Senhor tardará, ou nem voltará. Vivem sua vida procurando as coisas boas e agradáveis. Festas e diversões parecem ser o motivo de sua vida. Sua fonte de prazeres é tão abundante que a sensação é a de que nunca vai secar. Por isto não se preparam, nem querem ser incomodados com lições de moral.

O mundo se preocupa com festas, e suas festas parecem não ter limites. O crente, mesmo em suas festas, preocupa-se em como agradar a Deus. Na festa de casamento de um amigo crente, seu pai veio falar comigo em duas ocasiões. Numa delas, desculpou-se por estar servindo bebidas alcoólicas, pois eram para os amigos e familiares que já estavam acostumados a beber. Ressaltou que havia outras alternativas para os que não bebem álcool. Na outra ocasião, perguntou se eu achava errado o fato de as pessoas estarem dançando, se aquilo era pecado, ou se não faziam isto por maldade. Este homem, que nem é crente, estava vigilante. A festa do casamento de seu filho, para ele, não era só alegria sem limites.

Há muitas coisas, na vida, nas quais achamos prazer, e sabemos muito bem nos dedicar àquilo de que gostamos. O trabalho, por exemplo, que para muitos é um fardo, para outros pode ser fonte de grande prazer. Há pessoas que amam tanto o seu trabalho, que se dedicam tanto a ele, que acabam abandonando as outras coisas igualmente importantes. Abandonam os amigos, a família, abandonam a Deus. A Bíblia nos adverte para estas questões. Por isto, sejamos atentos, e nunca distraídos.

O evangelho de Lucas (21.34-36), com mais detalhes, nos alerta para nos guardarmos, para que nunca aconteça que fiquemos sobrecarregados com as “consequências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo”, e para que aquele dia não venha sobre nós repentinamente, como se fosse uma armadilha.

O livro de Apocalipse começa e termina nos advertindo a respeito da proximidade das coisas nele escritas. Apocalipse 1.3 diz: “Bem-aventurados aqueles que leem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo”; e Apocalipse 22.10 diz: “Não seles as palavras da profecia deste livro, porque o tempo está próximo”.

Existem ainda outros motivos para que estejamos sempre vigilantes. Somos advertidos, por exemplo, em 1 Pedro 5.8: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar”. Jesus pede, no jardim do Getsêmani, aos seus discípulos: “A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo” (Mateus 26.38). Pouco depois, no mesmo lugar, ele aconselha: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26.41).

O apóstolo Paulo também falava bastante sobre a necessidade de sermos vigilantes. Em 1 Coríntios 16.13 ele diz: “Sede vigilantes, permanecei firmes na fé, portai-vos varonilmente, fortalecei-vos.” Em Colossenses 4.2 ele exorta: “Perseverai na oração, vigiando com ações de graças”. Ele associou, ainda, a importância da sobriedade e vigilância com a iminência da vinda do Senhor, em 1 Tessalonicenses 5.1-8, que diz:

“Irmãos, relativamente aos tempos e às épocas, não há necessidade de que eu vos escreva; pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o Dia do Senhor vem como ladrão de noite. Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão. Mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que esse Dia como ladrão vos apanhe de surpresa; porquanto vós todos sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite, nem das trevas. Assim, pois, não durmamos como os demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios. Ora, os que dormem de noite, e os que se embriagam é de noite que se embriagam. Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestindo-nos da couraça da fé e do amor e tomando como capacete a esperança da salvação”.

O Senhor Jesus não está presente agora, a não ser pelo seu Espírito, que está conosco. Mas ele disse que ia voltar. Não nos informou o dia nem a hora, ele virá de surpresa. Ele nos deixou obrigações, sendo a principal delas, ir por todo o mundo e pregar o evangelho a toda criatura (Marcos 16.15), e fazer discípulos de todas as nações (Mateus 28.19). Se ele voltar agora, vai nos encontrar nesta prática? Nem todos nós podemos ir aos "campos de batalha", mas podemos orar e contribuir para enviar missionários. Somos testemunhas de Jesus, tanto em “Jerusalém, como em toda Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (Atos 1.8).

O Senhor nos dê sabedoria para colocarmos em prática o conceito de vigiar e orar, e nos certifiquemos de que estamos cumprindo nossas obrigações, até o dia da volta de nosso Senhor Jesus Cristo.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Os poderes dos céus


(Leia Mc 13.24-27)

Um dos maiores problemas que a sociedade moderna enfrenta é a impunidade. Em mim causa revolta ver tantas injustiças acontecendo, e os responsáveis parecem escapar ilesos ou quase sem nenhum castigo. Às vezes eu desejava que Deus fosse mais rigoroso com as pessoas, especialmente com crentes que se afastam conscientemente dos caminhos do Senhor. O fato é que não confiamos na sabedoria de Deus, e muitas vezes, até usamos de apelações não autorizadas para assustar os desavisados. Todo o argumento, porém, que temos para advertir os infiéis, vem da palavra de Deus, a qual nos garante que já está determinado o juízo sobre este mundo, e ninguém poderá escapar, por mais tranqüilo que possa se sentir no momento.

OS PODERES CELESTIAIS SERÃO ABALADOS (24,25)

"Mas, naqueles dias, após a referida tribulação, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados."

Os cientistas têm sido acusados de não crerem em Deus, e de promoverem o ateísmo. Não é verdade que todo cientista seja ateu. Mas os que querem andar pelo caminho do ateísmo se apóiam em descobertas científicas para justificar sua escolha. É preciso, porém, maior fé para acreditar que Deus não existe, do que o contrário. A ciência pressupõe leis imutáveis na natureza, sem as quais não seria possível explicar e controlar os fenômenos observados, de tal forma que se tornem úteis para os nossos propósitos.

Li um artigo na BBC, falando dos 10 maiores erros de cálculo da história. Entre os casos mencionados, consta que um satélite de US$125 milhões desapareceu em 1999. Feita para orbitar Marte como o primeiro satélite meteorológico interplanetário, a sonda desapareceu porque a equipe da NASA usou o sistema anglo-saxão de unidades (que utiliza medidas como polegadas, milhas e galões) enquanto uma das empresas contratadas usou o sistema decimal (baseado no metro, no quilo e no litro). O satélite se aproximou demais de Marte quando tentava manobrar em direção à órbita do planeta, e acredita-se que ele tenha sido destruído ao entrar em contato com a atmosfera.

Outro caso mencionado no artigo, foi o do navio Vesa que, em 1628, afundou em sua viagem inaugural, porque era mais espesso a bombordo. Uma multidão na Suécia presenciou horrorizada o novo navio de guerra naufragar, a menos de dois quilômetros da costa. Na ocasião, 30 tripulantes morreram. Armado com 64 canhões de bronze, o Vesa era considerado o navio mais poderoso do mundo. Os arqueólogos que o estudaram depois que ele foi içado do fundo do mar em 1961 dizem que ele era assimétrico: mais espesso a bombordo do que a estibordo. Uma razão para isso pode ser o fato de que os operários usaram sistemas de medidas diferentes. Foram encontradas quatro réguas usadas na construção: duas estavam calibradas em pés suecos, que têm 12 polegadas, enquanto as outras usavam pés de Amsterdã, com 11 polegadas. (Os dez maiores erros de cálculo da ciência e da engenharia - 31 maio 2014 – disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/05/140530_erros_ciencia_engenharia_rb - acesso em: 02/12/2015).

É impressionante como pequenos erros podem levar a grandes prejuízos e até tragédias, quando se trata de grandes obras. Por isso a responsabilidade dos engenheiros civis, químicos, alimentares, agrônomos, é muito grande. Eles não podem, de maneira alguma, errar em seus cálculos, para o bem dos recursos investidos e de vidas que podem estar em jogo.

Mas, e se os cálculos estiverem corretos, e Deus resolver mudar as leis do universo? E se os elétrons não se comportarem mais como esperamos que se comportem? E se o sol não der a sua luz e o seu calor como esperamos todos os dias? Uma sensação assim foi testemunhada pelos norte americanos segundo relatos de um evento ocorrido no dia 19 de maio de 1780. "Os céus da Nova Inglaterra e de partes do Canadá ficaram demasiadamente escuros apesar do horário. A causa principal para isso pode ter sido uma combinação de fumaça de incêndios florestais, uma espessa neblina e céu encoberto (...). Esta escuridão extraordinária veio entre as 10 e 11 horas da manhã e continuou até o meio da noite seguinte (...). Na Faculdade Harvard, a escuridão foi registrada como tendo chegado às 10h30, chegando a seu pico às 12h45, e decaindo às 13h10, embora permanecendo pelo resto do dia (...). Às 14h, em Ipswich, Massachusetts, galos cantaram, galinholas assobiaram e sapos coaxaram como se a noite tivesse chegado (...). Em Connecticut, um membro da legislatura, Abraham Davenport, deu a seguinte resposta aos seus colegas ao vê-los manifestar receio de que aquele era o Dia do Juízo Final: 'Eu sou contra adiamentos. O dia do juízo está ou se aproximando ou não está. Se não está, não há motivo para adiamento. Se está, eu escolho ser encontrado cumprindo meu dever. Eu desejo, portanto, que velas devam ser trazidas'" (Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Escuro - Acesso em: 02/12/2015).

TODOS VERÃO O FILHO DO HOMEM - OS ESCOLHIDOS SERÃO REUNIDOS (26,27)

"Então, verão o Filho do Homem vir nas nuvens, com grande poder e glória. E ele enviará os anjos e reunirá os seus escolhidos dos quatro ventos, da extremidade da terra até à extremidade do céu. "

Um dia, acreditando ou não, todos verão a Cristo, o Filho do Homem, vindo sobre as nuvens, com poder e grande glória.

Talvez muita gente questione: os cristãos estão esperando há quase dois mil anos estas promessas, e elas ainda não se cumpriram. Toda geração espera a volta de Cristo e a manifestação do poder de Deus, mas milhões de cristãos têm morrido sem ver esta promessa. Ora, as gerações que morreram, deixaram de esperar? Não acreditamos nós que os que morreram em Cristo estão conscientes, no céu, esperando até que se complete o corpo de Cristo, a Igreja? Jesus declarou em Lucas 20.38: "Ora, Deus não é Deus de mortos, e sim de vivos; porque para ele todos vivem". Por isto acredito que todos que esperamos, veremos a volta de Cristo, seja antes ou depois da morte. Neste maravilhoso evento, todos os escolhidos serão reunidos num só lugar, diante daquele que veio com as nuvens do céu, como um relâmpago que sai do oriente e se mostra até no ocidente. Naquele dia, não importará se estivermos fugindo como os refugiados da Síria, se estivermos internados num hospital nos recuperando de um acidente, ou se formos portadores de um vírus mortal. Não importa, nem mesmo, se nosso corpo estiver na sepultura, ou se nossas cinzas estiverem espalhadas no oceano. Aquele que prometeu vai nos reunir, a todos os que cremos, para testemunharmos a grandeza do seu poder.

Portanto, não tenhamos pressa, nem percamos a esperança. Antes, façamos a nossa parte na obra que o Senhor nos deu para fazer. Assim como Deus é fiel em fazer o sol nascer todos os dias, em manter funcionando as forças do universo, seguindo as leis que ele estabeleceu, assim também Deus é fiel para cumprir sua palavra de que, um dia, esses poderes serão abalados. Será desespero para todos os que têm contado com a fidelidade de Deus sem, contudo, serem fiéis a ele. Naquele dia ninguém mais poderá dizer que reina a impunidade. Para os que crêem, porém, será motivo de grande alegria saber que nossa redenção está se aproximando.