sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Os poderes dos céus


(Leia Mc 13.24-27)

Um dos maiores problemas que a sociedade moderna enfrenta é a impunidade. Em mim causa revolta ver tantas injustiças acontecendo, e os responsáveis parecem escapar ilesos ou quase sem nenhum castigo. Às vezes eu desejava que Deus fosse mais rigoroso com as pessoas, especialmente com crentes que se afastam conscientemente dos caminhos do Senhor. O fato é que não confiamos na sabedoria de Deus, e muitas vezes, até usamos de apelações não autorizadas para assustar os desavisados. Todo o argumento, porém, que temos para advertir os infiéis, vem da palavra de Deus, a qual nos garante que já está determinado o juízo sobre este mundo, e ninguém poderá escapar, por mais tranqüilo que possa se sentir no momento.

OS PODERES CELESTIAIS SERÃO ABALADOS (24,25)

"Mas, naqueles dias, após a referida tribulação, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados."

Os cientistas têm sido acusados de não crerem em Deus, e de promoverem o ateísmo. Não é verdade que todo cientista seja ateu. Mas os que querem andar pelo caminho do ateísmo se apóiam em descobertas científicas para justificar sua escolha. É preciso, porém, maior fé para acreditar que Deus não existe, do que o contrário. A ciência pressupõe leis imutáveis na natureza, sem as quais não seria possível explicar e controlar os fenômenos observados, de tal forma que se tornem úteis para os nossos propósitos.

Li um artigo na BBC, falando dos 10 maiores erros de cálculo da história. Entre os casos mencionados, consta que um satélite de US$125 milhões desapareceu em 1999. Feita para orbitar Marte como o primeiro satélite meteorológico interplanetário, a sonda desapareceu porque a equipe da NASA usou o sistema anglo-saxão de unidades (que utiliza medidas como polegadas, milhas e galões) enquanto uma das empresas contratadas usou o sistema decimal (baseado no metro, no quilo e no litro). O satélite se aproximou demais de Marte quando tentava manobrar em direção à órbita do planeta, e acredita-se que ele tenha sido destruído ao entrar em contato com a atmosfera.

Outro caso mencionado no artigo, foi o do navio Vesa que, em 1628, afundou em sua viagem inaugural, porque era mais espesso a bombordo. Uma multidão na Suécia presenciou horrorizada o novo navio de guerra naufragar, a menos de dois quilômetros da costa. Na ocasião, 30 tripulantes morreram. Armado com 64 canhões de bronze, o Vesa era considerado o navio mais poderoso do mundo. Os arqueólogos que o estudaram depois que ele foi içado do fundo do mar em 1961 dizem que ele era assimétrico: mais espesso a bombordo do que a estibordo. Uma razão para isso pode ser o fato de que os operários usaram sistemas de medidas diferentes. Foram encontradas quatro réguas usadas na construção: duas estavam calibradas em pés suecos, que têm 12 polegadas, enquanto as outras usavam pés de Amsterdã, com 11 polegadas. (Os dez maiores erros de cálculo da ciência e da engenharia - 31 maio 2014 – disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/05/140530_erros_ciencia_engenharia_rb - acesso em: 02/12/2015).

É impressionante como pequenos erros podem levar a grandes prejuízos e até tragédias, quando se trata de grandes obras. Por isso a responsabilidade dos engenheiros civis, químicos, alimentares, agrônomos, é muito grande. Eles não podem, de maneira alguma, errar em seus cálculos, para o bem dos recursos investidos e de vidas que podem estar em jogo.

Mas, e se os cálculos estiverem corretos, e Deus resolver mudar as leis do universo? E se os elétrons não se comportarem mais como esperamos que se comportem? E se o sol não der a sua luz e o seu calor como esperamos todos os dias? Uma sensação assim foi testemunhada pelos norte americanos segundo relatos de um evento ocorrido no dia 19 de maio de 1780. "Os céus da Nova Inglaterra e de partes do Canadá ficaram demasiadamente escuros apesar do horário. A causa principal para isso pode ter sido uma combinação de fumaça de incêndios florestais, uma espessa neblina e céu encoberto (...). Esta escuridão extraordinária veio entre as 10 e 11 horas da manhã e continuou até o meio da noite seguinte (...). Na Faculdade Harvard, a escuridão foi registrada como tendo chegado às 10h30, chegando a seu pico às 12h45, e decaindo às 13h10, embora permanecendo pelo resto do dia (...). Às 14h, em Ipswich, Massachusetts, galos cantaram, galinholas assobiaram e sapos coaxaram como se a noite tivesse chegado (...). Em Connecticut, um membro da legislatura, Abraham Davenport, deu a seguinte resposta aos seus colegas ao vê-los manifestar receio de que aquele era o Dia do Juízo Final: 'Eu sou contra adiamentos. O dia do juízo está ou se aproximando ou não está. Se não está, não há motivo para adiamento. Se está, eu escolho ser encontrado cumprindo meu dever. Eu desejo, portanto, que velas devam ser trazidas'" (Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Escuro - Acesso em: 02/12/2015).

TODOS VERÃO O FILHO DO HOMEM - OS ESCOLHIDOS SERÃO REUNIDOS (26,27)

"Então, verão o Filho do Homem vir nas nuvens, com grande poder e glória. E ele enviará os anjos e reunirá os seus escolhidos dos quatro ventos, da extremidade da terra até à extremidade do céu. "

Um dia, acreditando ou não, todos verão a Cristo, o Filho do Homem, vindo sobre as nuvens, com poder e grande glória.

Talvez muita gente questione: os cristãos estão esperando há quase dois mil anos estas promessas, e elas ainda não se cumpriram. Toda geração espera a volta de Cristo e a manifestação do poder de Deus, mas milhões de cristãos têm morrido sem ver esta promessa. Ora, as gerações que morreram, deixaram de esperar? Não acreditamos nós que os que morreram em Cristo estão conscientes, no céu, esperando até que se complete o corpo de Cristo, a Igreja? Jesus declarou em Lucas 20.38: "Ora, Deus não é Deus de mortos, e sim de vivos; porque para ele todos vivem". Por isto acredito que todos que esperamos, veremos a volta de Cristo, seja antes ou depois da morte. Neste maravilhoso evento, todos os escolhidos serão reunidos num só lugar, diante daquele que veio com as nuvens do céu, como um relâmpago que sai do oriente e se mostra até no ocidente. Naquele dia, não importará se estivermos fugindo como os refugiados da Síria, se estivermos internados num hospital nos recuperando de um acidente, ou se formos portadores de um vírus mortal. Não importa, nem mesmo, se nosso corpo estiver na sepultura, ou se nossas cinzas estiverem espalhadas no oceano. Aquele que prometeu vai nos reunir, a todos os que cremos, para testemunharmos a grandeza do seu poder.

Portanto, não tenhamos pressa, nem percamos a esperança. Antes, façamos a nossa parte na obra que o Senhor nos deu para fazer. Assim como Deus é fiel em fazer o sol nascer todos os dias, em manter funcionando as forças do universo, seguindo as leis que ele estabeleceu, assim também Deus é fiel para cumprir sua palavra de que, um dia, esses poderes serão abalados. Será desespero para todos os que têm contado com a fidelidade de Deus sem, contudo, serem fiéis a ele. Naquele dia ninguém mais poderá dizer que reina a impunidade. Para os que crêem, porém, será motivo de grande alegria saber que nossa redenção está se aproximando.

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