Pedro e João saíram do Sinédrio apreensivos por causa das ameaças das autoridades. Num momento eles estavam se regozijando com o poder de Deus em curar o homem coxo, em conceder-lhes intrepidez para profetizar aos homens no templo, ao levar uma multidão ao arrependimento e fé em Jesus. No outro momento, tiveram que enfrentar uma noite na prisão, e a pressão psicológica dos escribas e anciãos, que os interrogaram e proibiram de falar no nome de Jesus. O que deveriam fazer? Ignorar as ameaças, ou procurar um lugar longe das autoridades para evangelizar? Precisavam de uma luz, colocar os pensamentos em ordem, e decidir que rumo seguir daquela hora em diante. Para sair dessa crise, eles recorreram aos outros irmãos para compartilhar suas ansiedades; apoiaram-se nas escrituras (especificamente Salmos 2.1,2) para reafirmarem a soberania de Deus, orando àquele que fazia intervenções soberanas na história da humanidade.
A criação de todas as coisas
A Primeira intervenção soberana de Deus, reafirmada pelos discípulos, foi a criação de todas as coisas, conforme vimos nos versículos 23 e 24, porque, uma vez soltos, se reuniram com os irmãos para relatar o que haviam passado, bem como as ameaças das autoridades. Os irmãos, unânimes, levantaram a voz a Deus em oração, dirigindo-se a ele como o Soberano Senhor, o que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há. De fato, em Gênesis (1.1-3, 26, 27) somos informados a respeito da criação, que:
No princípio, criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas. Disse Deus: Haja luz; e houve luz. [...] Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
Há quem acredite que o mundo nasceu por acaso, em uma negação da soberania do Deus criador; mas nós que cremos, tributamos gratidão àquele a quem todas as criaturas têm que prestar contas.
Conforme a enciclopédia livre, (disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Origem_das_Esp%C3%A9cies acesso em: 21/05/2016), o livro revolucionário conhecido como “A Origem das Espécies”, de Charles Darwin, apresenta a Teoria da Evolução. Sua primeira edição foi em 1859, apresentando o que acreditava serem “evidências abundantes” da evolução das espécies, de que a “diversidade biológica é o resultado de um processo de descendência” e de que os “organismos vivos se adaptam gradualmente através da seleção natural”, e ainda que “as espécies se ramificam sucessivamente a partir de formas ancestrais”.
É significante que essa ramificação tenha sido ilustrada com o nome de “árvore da vida”, termo que, biblicamente, tem muito significado, desde o início, em Gênesis (2.9), até o final, em Apocalipse 22.2, onde se pode ler respectivamente que “do solo fez o SENHOR Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e também a árvore da vida no meio do jardim [...]”; e “no meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura dos povos”.
Na mesma enciclopédia (disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Big_Bang acesso em: 21/05/2016), lemos que no ano de 1927, “o padre e cosmólogo belga Georges Lemaître (1894-1966)” propôs que a expansão do universo seria o resultado da "explosão" de um "átomo primordial", teoria também conhecida como o Big Bang. Segundo essa teoria, aprimorada na década de 1940, o universo surgiu há pelo menos 13,7 bilhões de anos, “após uma grande explosão resultante da compressão de energia.”
De acordo com o site Brasil Escola (disponível em: http://brasilescola.uol.com.br/geografia/big-bang.htm acesso em: 21/05/2016), ainda hoje essa é a explicação mais aceita pelos cientistas sobre a origem do universo, reforçada pela observação de que “o universo não é estático e se encontra em constante expansão, ou seja, as galáxias estão se afastando umas das outras”, levando-os à conclusão de que, “no passado elas deveriam estar mais próximas que hoje, e, até mesmo, formando um único ponto”.
Mas a Revista Galileu (disponível em: http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/noticia/2015/03/teoria-do-big-bang-pode-ser-extinta.html acesso em: 21/05/2016) nos informa que a teoria do Big Bang começa a ser questionada, porque recentemente descobriram que o tempo de 13.7 bilhões de anos “é insuficiente para explicar a formação atual do Universo”. Pesquisadores descobriram “um buraco negro com uma massa de 12 bilhões de sóis” que, pela lógica conhecida pelos cientistas, deveria ter começado a se formar antes do tempo estimado do Big Bang. Assim, o Universo seria “80 milhões de anos mais velho do que se acreditava”. Ao anunciar essa descoberta, “George Estfhathiou, diretor do Instituto Kavli de Cosmologia da Universidade Cambridge” (disponível em: http://www.scb.org.br/scb/index.php/noticias/2060-universo-e-mais-velho-do-que-se-previa-dizem-cientistas acesso em: 21/05/2016), confessou que "há um pouquinho menos do que não compreendemos." Cientistas que crêem na criação, tal como é descrita na Bíblia, reescreveriam essa confissão de ignorância dos evolucionistas da seguinte forma: “Há um pouquinho menos do muitíssimo que não compreendemos”, ou melhor, ainda: “Há um infinitésimo que passamos a compreender dentro da infinitude de nosso desconhecimento”
O comportamento daqueles que tentam desacreditar o que Deus revelou nas Escrituras é descrito em Salmos 10.4: “O perverso, na sua soberba, não investiga; que não há Deus são todas as suas cogitações”. Vivendo os tempos como os atuais, e observando como os homens incrédulos tratam as questões bíblicas, nós poderíamos orar como o autor do Salmo 10, nos versículos 1 a 5:
Por que, SENHOR, te conservas longe? E te escondes nas horas de tribulação? Com arrogância, os ímpios perseguem o pobre; sejam presas das tramas que urdiram. Pois o perverso se gloria da cobiça de sua alma, o avarento maldiz o SENHOR e blasfema contra ele. O perverso, na sua soberba, não investiga; que não há Deus são todas as suas cogitações. São prósperos os seus caminhos em todo tempo; muito acima e longe dele estão os teus juízos; quanto aos seus adversários, ele a todos ridiculiza.
O plano de salvação
A segunda intervenção soberana de Deus, reafirmada pelos discípulos, foi a revelação e execução do Plano de Salvação, conforme versículos 25 a 28, onde continuam sua oração se dirigindo a Deus como aquele que disse, “por intermédio do Espírito Santo, por boca de Davi [...]: Por que se enfureceram os gentios, e os povos imaginaram coisas vãs?” referindo-se os reis da terra e as autoridades que se uniram “contra o Senhor e contra o seu Ungido”. Reconhecerem que, de fato, “Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel” se ajuntaram em Jerusalém, contra o santo Servo Jesus, ungido por Deus, e fizeram tudo o que a mão e o propósito do Pai haviam predeterminado. Os discípulos apoiaram-se na Palavra de Deus (especificamente Salmos 2.1,2), para fazerem essas observações em sua oração.
Se alguém nega a legitimidade das profecias, tanto das que se cumpriram quanto das que hão de se cumprir, nega também a soberania de um Deus que planejou toda a história e conhece todos os detalhes do futuro, dando-nos por escrito um vasto relato do que já fez e do que ainda pretende fazer. A morte de Jesus não foi um acaso, mas já havia sido determinada pelo Deus soberano, que assim providenciou o resgate da humanidade da condenação do seu pecado.
Curas, sinais e prodígios
A terceira intervenção soberana de Deus, reafirmada pelos discípulos, foi a realização de curas, sinais e prodígios, para autenticar a sua palavra, conforme os versículos 29 a 31, onde eles continuam a oração pedindo ao Senhor que olhasse para as ameaças que receberam das autoridades, e concedesse àqueles servos que anunciassem com toda a intrepidez a sua palavra, estendendo a mão “para fazer curas, sinais e prodígios” em nome de Jesus, o santo Servo. No final da oração, o lugar onde estavam reunidos tremeu, e todos ficaram cheios do Espírito Santo, de forma que anunciavam com intrepidez a palavra de Deus. Esses milagres e todos os demais, narrados ou não nas escrituras, revelam a soberania de um Deus que pode interferir no curso natural das coisas para fazer prevalecer a sua vontade.
Deus é soberano
Os discípulos, ao orarem, se colocaram na condição de servos (doulos), escravos, diante de um Deus soberano, suplicando-lhe que os ajudasse a cumprir a ordem que por ele mesmo lhes fora dada. Naquele momento crítico, os discípulos reafirmaram sua confiança na soberania de Deus, que pode inclusive ser reconhecida nas suas intervenções soberanas na história da humanidade, quais sejam a criação de todas as coisas, a revelação e execução do plano de salvação, e a realização de curas, sinais e prodígios, para autenticar a sua palavra.
Vamos nos colocar aos pés desse Deus soberano, crendo na salvação que veio por meio de seu filho Jesus, nos esforçando para andar nos caminhos por ele traçados, purificando nossas vidas de coisas que o desagradam, esforçando-nos para cumprirmos os propósitos pelos quais, em sua soberania, ele nos tem colocado onde estamos.
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