segunda-feira, 14 de setembro de 2015
Coisas do coração
(Leia Mc 10.1-12)
Jesus se aproxima cada vez mais de Jerusalém. Agora, ele concentra seu ministério na região onde João batizava. Atrai multidões de seguidores e também os inimigos fariseus, que tentam comprometê-lo diante do povo e das autoridades, fazendo perguntas que, segundo imaginavam, obrigariam Jesus a assumir uma posição comprometedora. Mas o Mestre sempre aproveita estas oportunidades para ensinar, e através deste acontecimento nos ensina pelo menos duas lições importantes.
I - SOBRE A VONTADE DE DEUS PARA O MATRIMÔNIO (1-3,10-12)
O mundo quer ter privilégios sem assumir responsabilidades. Antigamente, os jovens não queriam se casar, só namorar. Hoje em dia, o namoro já é considerado um relacionamento muito sério. A onda é só curtir. Como exemplo do pensamento "moderno", cito um trecho de uma famosa música, cantada por um grupo intitulado "Aviões do forró", que diz assim: "Eu não quero namorar, eu quero é beber, curtir, porque amar, to fora; tô cansada de sofrer, eu quero é viver, beber, porque amar tô fora; (...) eu parei de ser besta; de ficar em casa sexta;(...)" (Disponível em: http://www.temforro.com.br/2015/05/letra-aprenda-amar-to-fora-novo-sucesso.html Acesso em: 12/09/2015).
Não podemos nos conformar com um pensamento assim. Jesus diz, no sermão da montanha, que qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela. Pouco depois ele afirma que repudiar a mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério. Ali também Jesus adverte que, se olho ou a mão faz tropeçar, é melhor cortar e ficar aleijado do que persistir em pecar contra Deus e acabar no inferno (Mt 5.27-32).
Em 1Co 7.1-17,35-40, temos uma extensa instrução sobre casamento, com mandamentos e conselhos pessoais de Paulo para a Igreja. Em Ef 5.21-33, aprendemos que os maridos devem amar suas esposas, assim como Cristo amou a Igreja; e que as esposas devem ser submissas aos próprios maridos, como ao Senhor.
Somos pecadores, e já perdemos a oportunidade de sermos perfeitos, mas podemos juntar o que nos resta e servir ao Senhor. Não sejamos como os fariseus, que eram hipócritas. Não tinham o coração disposto a servir, mas queriam defender sua posição tentando desacreditar seus adversários. Não usemos justificativas para o nosso pecado, como dizer: "todo mundo faz assim". Os preceitos de Deus são absolutos, não variam conforme a época, nem são negociáveis. Adultério, sexo fora do casamento, homossexualismo, continuam sendo pecado; são abomináveis para Deus. O casamento continua sendo sagrado, uma união de um homem com uma mulher, para toda a vida. Ninguém é obrigado a se casar, mas, se não consegue se conter, é melhor casar do que viver abrasado (1Co 7.9).
Quando Mateus narra a mesma história deste parágrafo de Marcos, ele menciona que os discípulos, vislumbrando a grande responsabilidade que é o casamento, protestaram: "Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar." Jesus, porém, lhes respondeu: "Nem todos são aptos para receber este conceito, mas apenas aqueles a quem é dado. Porque há eunucos de nascença; há outros a quem os homens fizeram tais; e há outros que a si mesmos se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus. Quem é apto para o admitir admita" (Mt 19.10-12).
II - SOBRE A DUREZA DO CORAÇÃO DO HOMEM (4-9)
Há escolhas, que fazemos na vida, que nos levam para o bem ou para o mal. Desde a escolha de aceitar a Cristo, até a decisão de cometer um crime. Há decisões que não são nem certas nem erradas, mas que são permanentes, que se tornam um compromisso para o resto da vida, como casar-se ou ter um filho. Numa decisão importante assim, devemos consultar o que diz a palavra de Deus sobre o assunto.
Mas nada é tão simples para estas criaturas de Deus, conhecidas como o homem e a mulher. No princípio, Deus deu uma instrução clara e direta: não comer do fruto do conhecimento do bem e do mau. Nem isto fomos capazes de obedecer. O homem tem o coração endurecido, e Deus tem administrado a dureza do coração do homem, como no caso em que ordenou a carta de divórcio, para resguardar o direito da esposa e assim diminuir os danos que o pecado do marido pudessem causar à mulher.
Nenhum de nós anda 100% com Deus. Pelo contrário, andamos fazendo coisas segundo a dureza do nosso coração. As mulheres não usam mais o véu, como Paulo orientou à igreja de Corinto; usam roupas que, há cem anos atrás seriam consideradas escandalosas. Introduzimos músicas estranhas ao culto em nossas igrejas, para atendermos aos apelos de alguns membros; na TV de casa, assistimos a filmes e outros programas onde blasfemam o nome de Deus e valorizam os maus costumes constantemente; assistimos jogos de futebol e "Fórmula 1" no domingo, dia em que todos deveriam estar adorando o Senhor, na Igreja; idolatramos celebridades; gastamos tanto dinheiro consumindo coisas dispensáveis;
A dureza de coração do homem é denunciada, por exemplo, em Mt 13.15, onde se confirma a profecia de que o coração de Israel estava endurecido, e que de mau grado ouviu com os ouvidos e fechou os olhos. Até mesmo o coração dos discípulos, pelo seu endurecimento, era tardio para crer nos milagres e na própria ressurreição de Jesus.
Sobre tudo o que se deve guardar, guardemos o coração, porque dele procedem as fontes da vida (Pv 4.23). O Senhor é aquele que sonda mentes e corações, e nos dará a cada um segundo as nossas obras (Ap 2.23). Somos exortados por Tiago a não sermos inconstantes, e a limparmos o nosso coração (Tg 4.8). O Senhor espera de nós que não sejamos endurecidos, mas que sejamos limpos de coração (Mt 5.8); que o amemos de todo o nosso coração, alma e forças (Dt 6.5). Quando, na igreja, a Palavra de Deus é pregada com entendimento e clareza, os segredos do nosso coração são manifestos, e adoramos a Deus, testemunhando que Deus está, de fato, no meio de nós (1Co 14.25) Quando nos convertemos, o Senhor nos purifica o coração, como é dito dos primeiros gentios da Igreja, em At 15.9.
Precisamos ter cautela, para que nosso coração não fique sobrecarregado com as conseqüências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo, e para que o dia do julgamento não venha sobre nós repentinamente, como um laço (Lc 21.34).
Nós somos, para Deus, igreja morna, como a Igreja de Laodicéia. Somos como viciados que sabem que estão morrendo mas não conseguem abandonar o vício. Estamos como num veículo desgovernado, sem freio, sem solução, e não podemos fazer nada para evitar o desastre iminente. Então, cantemos hinos de louvor a Deus, e trabalhemos enquanto é dia, enquanto o navio ainda não afunda! Deixemos de lado o que não é importante. Façamos boas obras, e busquemos o favor e a misericórdia do nosso bom Deus, que está em Cristo Jesus. Somente o sacrifício de Jesus, derramando seu sangue, dando sua vida por nós, pode nos livrar da ira vindoura. Recebamos, pois, a salvação, e produzamos frutos dignos de arrependimento.
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