domingo, 17 de maio de 2015


Confrontando o reino do Inimigo

(Leia Mc 3.22-30)

Jesus teve que conviver com calúnias a seu respeito. Fazia o que era bom e correto, mas seus inimigos, que tinham inveja, faziam de tudo para desacreditar o seu trabalho. Acusaram-no de usar o poder do próprio Satanás para fazer milagres. Entretanto, defendeu-se tranquilamente, argumentando que isto não seria possível, pois sua obra era uma afronta ao reino do inimigo. Muitos dizem que fazem a obra de Deus, hoje em dia, inclusive nós. Mas como podemos ter certeza de que estamos, de fato, fazendo a obra do Senhor? A resposta de Jesus aos seus inimigos evidencia os efeitos que a obra do Senhor tem sobre o reino do inimigo, e desta forma podemos testar se a obra que fazemos é, de fato, a obra de Deus:

Primeiro efeito sobre reino do inimigo: a sua estrutura é abalada (22-26)

Jesus argumentou que, se fosse verdade a acusação que lhe faziam, o reino de Satanás estava dividido, visto que a obra de Jesus era contrária aos propósitos de Satanás. Por exemplo, em Mt 11.1-6, João Batista manda mensageiros perguntarem a Jesus se ele era mesmo o Cristo. “Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho.” Nós também, que levamos em nosso corpo o Espírito Santo, somos seus instrumentos para desfazer muitas obras do maligno, e limitarmos sua influência no mundo. Achamos que 2 Ts 2:6,7 refere-se à Igreja, quando diz: “E, agora, sabeis o que o detém, para que ele seja revelado somente em ocasião própria. Com efeito, o mistério da iniqüidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém;” Assim, para sabermos se estamos, de fato, fazendo a obra do Senhor, precisamos fazer esta pergunta: estamos atrapalhando ou ajudando o reino de Satanás com nossas ações?

Segundo efeito sobre o reino do inimigo: o seu território é invadido (27)

Jesus usa a parábola da casa do valente para mostrar que, ao fazer a sua obra, estava entrando na própria casa de Satanás e roubando-lhe os bens. Em Mateus 16:18 Jesus profetiza: “(...) sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” Nossa tendência é achar que Satanás não vai entrar na Igreja, porque ela é propriedade do Senhor. Mas a profecia não fala sobre isto, ela diz que as portas do inferno não prevaleceriam contra a Igreja. Ou seja: a Igreja está no ataque, e não na defesa. O território onde o inimigo trabalha é o mundo. O mundo inclui a nossa casa, o nosso ambiente de trabalho, todos os lugares onde há atividade humana e comunidades. Podíamos dizer que Satanás age mais intensamente nas favelas, nas tribos indígenas, entre os moradores de rua, mas não é verdade. Ele age também com muita intensidade nos ambientes mais requintados. Nós estamos infiltrados nestes ambientes. Faço aqui uma pergunta para meditação: Seria correto fazer, como fazem algumas igrejas, pontos de pregação nos antros de boates, criando um ambiente parecido com elas, para atrair pessoas deste meio? Ora, estas pessoas geralmente trabalham, estudam, têm lares, e, em minha opinião, seriam mais bem alcançados nos ambientes destes meios do que nas boates.

Terceiro efeito sobre o reino do inimigo: Seus cativos são resgatados (28-30)

Alguns filhos de Deus têm medo, quando ouvem a sentença do versículo 29. Muitas doutrinas e heresias têm sido elaboradas com base nestas palavras. Mas vamos examiná-las com a distância de um bom observador: O versículo 28 nos dá uma boa notícia, dizendo que tudo será perdoado aos filhos dos homens. Podemos nos regozijar nisto. O Versículo 29 é uma advertência contra aqueles homens que caluniavam o Senhor Jesus, que os alertou para seu próprio bem. Eles podiam atentar à repreensão e arrependerem-se ali mesmo. Mas, para quem não se arrepende, não há esperança. No tempo dos reis de Israel, lemos sobre um exemplo de “pecado sem perdão”: 2Rs 1.2 diz que “caiu Acazias pelas grades de um quarto alto, em Samaria, e adoeceu; enviou mensageiros e disse-lhes: Ide e consultai a Baal-Zebube, deus de Ecrom, se sararei desta doença.” O deus que o rei Acazias, filho de Acabe, mandou consultar, tinha o nome de Baal-Zebude, de onde derivou o nome Belzebú, o maioral dos demônios, também chamado Satanás. Elias repreendeu o rei por isto, o qual mandou três vezes um destacamento de cinqüenta homens para prender o profeta. Os dois primeiros foram fulminados com raios, mas o terceiro tinha um capitão humilde, que rogou ao profeta que não os matassem. Elias foi, então, pela misericórdia de Deus, e advertiu novamente a Acazias, o qual morreu em seu pecado, pois não se arrependeu. Assim como o capitão e seus homens foram salvos por terem-se humilhado, nós também podemos ser salvos da Ira de Deus se nos arrependermos de nossos pecados. Jesus, ao advertir os seus inimigos, estava lhes dando uma chance de serem resgatados das garras de Satanás. Até os Fariseus poderiam ser salvos, como foram Nicodemos, José de Arimatéia e Saulo de Tarso. Mas para quem resiste à evidente obra do Espírito Santo, não se arrependendo de seus pecados, não há esperança.

Portanto, façamos este teste, para que saibamos se estamos, de fato, fazendo a obra do Senhor. Estamos abalando as estruturas do reino do inimigo? Estamos invadindo o seu território e resgatando suas almas cativas? Se nos entregarmos a Jesus, de modo que ele viva em nós, então ele fará, por nosso intermédio, a sua obra, e o reino do inimigo será, assim, confrontado.

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