quarta-feira, 6 de maio de 2015


(*)

Soluções simples para situações complicadas.

(Leia Mc 3.1-12)

O trabalho de Jesus não era fácil. Diante da congregação, em Cafarnaum, enquanto ensinava, os olhos atentos de seus opositores pareciam lançar-lhe dardos de fogo. Mantinham-se em silêncio, mas sua atitude parecia gritar aos seus ouvidos, situação que o levou a convidar os ouvintes a fazerem uma reflexão: “É lícito nos sábados fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou tirá-la?” Jesus estava prestes a fazer o bem, salvar uma vida, mas os fariseus estavam prestes a fazer o mal, planejavam tirar a sua vida. Ainda havia a questão do assédio do povo, que incessantemente demandava a atenção, a presença, os cuidados de Jesus, e a todas estas dificuldades ainda se acrescentava a luta constante contra as artimanhas de satanás. Se observarmos, não como os fariseus, mas com corações abertos, as reações do Senhor às situações adversas, podemos aprender o que é melhor a se fazer diante de situações complicadas. Neste texto há, pelo menos, quatro dicas de soluções simples para situações complicadas.

Primeira dica: Sob vigilância, seja transparente. (1-5)

Transparência demanda coragem. Jesus instruiu seus discípulos em Mt 10.26.27: “Portanto, não os temais; pois nada há encoberto, que não venha a ser revelado; nem oculto, que não venha a ser conhecido. O que vos digo às escuras, dizei-o a plena luz; e o que se vos diz ao ouvido, proclamai-o dos eirados.” Nós não podemos ter medo de fazer o bem. Mas, como não somos perfeitos, precisamos ter certeza de que estamos no caminho certo. Nossa vida é um livro aberto? Nossa casa é aberta aos irmãos? Tem coisas que não queremos que os outros vejam? Maridos dão satisfação às suas esposas e vice-versa? Filhos dão satisfação aos pais? Pais (porque não?) dão satisfação aos filhos? Para nós, pecadores, ser transparente é uma maneira de nos protegermos de nós mesmos.

Segunda dica: Sob forte resistência, ceda espaço. (6-8)

Ainda em Mateus, 10.23, Jesus orienta: “Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra;” Temos que ter bom senso. Há momentos em que temos que fazer uma “retirada estratégica”, como fez Jesus, retirando-se para o mar. O problema da inveja está presente em todo ajuntamento humano. Não devemos agir sempre como um guerreiro que defende até a morte seu terreno contra os inimigos. “Se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer, se tiver sede, dá-lhe de beber”. Se ele quiser o teu espaço, às vezes é bom ceder. Sabemos quando não estamos agradando. Nós, que somos imperfeitos, podemos, sem ressentimentos, mudar o comportamento (desde que não comprometamos nossos bons princípios), ou mudar de grupo.

Terceira dica: Na falta de recursos, improvise. (9,10)

Voltando a Mt 10, no versículo 9 ele ordena: “Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre nos vossos cintos;” É provável que os discípulos estranharam a ordem, pois, como iriam se manter eu sua missão? E, no caso de nosso texto, para solucionar o problema, um rei “que se preze” designaria uma guarda real para fazer um cordão de isolamento, para que o povo não se aproximasse muito. Mas Jesus achou uma solução simples e eficaz. Um simples barquinho, um improviso. O mar servia de isolamento natural e a brisa levava o som da sua voz com melhor acústica. O povo respeitaria a distância e não se sentiria reprimido.

Quarta dica: Diante do sucesso, mantenha a sobriedade. (11,12)

Provérbios 27:21 nos ensina que “como o crisol prova a prata, e o forno, o ouro, assim, o homem é provado pelos louvores que recebe.” O reconhecimento dos demônios, seres tão poderosos, que se curvavam diante da mera presença do Senhor, era algo tentador. Mas, na contramão do que fazem os curandeiros, Jesus não fazia e não permitia que fizessem propaganda de seus dons de cura. Preferia ser discreto. Não se negava a ajudar, mas não andava fazendo alarde de suas obras. Jesus não queria publicidade, ele não era um vendedor querendo que comprassem seus produtos ou seus serviços. Oferecia gratuitamente algo que todos deveriam querer, mas que a maioria desprezava: a remissão dos pecados.

Tendo estas dicas, possamos nós também solucionar os problemas da vida com simplicidade, pois a simplicidade é uma marca de nosso Senhor. Sejamos transparentes, corajosos, porém mansos. Não achemos que o dinheiro é a solução para tudo, pois há muita coisa que podemos fazer com pouco ou nenhum dinheiro. Não amemos os holofotes, a glória, pois corremos um grande risco de nos ensoberbecermos e incorrermos na “condenação do diabo”, que sempre procura nos desanimar e desviar dos propósitos de Deus.

(*) Figura disponível em: http://www.luterano-religar.net/2014/09/estudo-pregacao-sexto-domingo-de.html#.VUpkvPlViko Acesso em: 06/05/2015

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