quinta-feira, 6 de agosto de 2015
Não tentarás o Senhor, teu Deus
(Leia Mc 8.1-21)
Você é uma pessoa que se irrita com facilidade? Muitas pessoas são assim, e também há outras que se destacam por serem muito pacientes. Há outros que, por outro lado, às vezes nos tiram do sério. São coisas da vida.
Jesus também se irritava, embora seus momentos de irritação nunca o tivessem feito pecar. Este parágrafo mostra como as pessoas irritavam o Senhor Jesus, e nos leva ao discernimento de que nossas ações ou atitudes podem irritar, podem tentar a Deus. Vejamos alguns cuidados que devemos ter para não tentar a Deus.
Primeiro cuidado: Não duvidar, nem menosprezar os milagres (1-9)
Uma grande multidão estava reunida outra vez, e não tinham o que comer. Então Jesus chamou os discípulos e compartilhou seus sentimentos: "Tenho compaixão desta gente, porque há três dias que permanecem comigo e não têm o que comer. Se eu os despedir para suas casas, em jejum, desfalecerão pelo caminho; e alguns deles vieram de longe." Ao que os discípulos responderam: "Donde poderá alguém fartá-los de pão neste deserto?" Jesus, informado de que tinham apenas sete pães, ordenou ao povo que se assentasse e, tomando os sete pães, deu graças, e os partiu, dando aos discípulos, para que os distribuíssem. Distribuiu igualmente alguns peixinhos. As pessoas comeram e se fartaram; e recolheram sete cestos cheios de pedaços. Eram cerca de quatro mil homens.
A pergunta que os discípulos fizeram: "Donde poderá alguém fartá-los de pão neste deserto?" revelava, no mínimo, dúvida de que Jesus pudesse multiplicar novamente os pães e peixes, como já havia feito, pouco tempo antes. Se não era dúvida, era desprezo. Jesus, o Senhor, estava ali, ao lado deles. Como podiam fazer uma pergunta destas, como se estivessem ignorando a presença daquele que era a solução de todos os seus problemas?
Tiago aponta aos seus ouvintes, em Tg 4.2, o motivo de eles não serem, muitas vezes, abençoados, quando diz: "Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis;"
Em Is 7.10-14, vemos que o rei Acaz recusou-se a pedir ao SENHOR um sinal, quando este lhe ofereceu. Acaz, ao que parece, colocou uma máscara de santidade e disse: "não tentarei ao SENHOR". Naquele contexto, Acaz fez exatamente o que disse que não faria, pois Isaías lhe respondeu: "Ouvi, agora, ó casa de Davi: acaso, não vos basta fatigardes os homens, mas ainda fatigais também ao meu Deus? Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel."
Às vezes duvidamos que Deus possa suprir as nossas necessidades. Conheci um casal, recém-casado, com um filho de seis meses, que comentou com o pastor que precisava arrumar uma creche para deixar o filho, pois a esposa tinha que trabalhar. O pastor os aconselhou a não fazer isto. Que a esposa ficasse em casa e somente o marido trabalhasse para suprir as necessidades financeiras. Poderiam ficar apertados financeiramente, mas Deus ia honrar sua fé. Eles optaram por ouvir o conselho, e cuidar eles mesmos do seu filho, em vez de deixá-lo numa creche, porque acharam que esta era a decisão certa, mesmo que tivessem que passar necessidade. Esta decisão se repetiu, quando veio o segundo filho. Se decidissem o contrário, para eles, seria duvidar que Deus pudesse suprir; seria desprezar o milagre que Deus podia fazer, suprindo suas necessidades, mesmo com um salário a menos na renda familiar. Seria tentar a Deus, achando que ele ia cuidar bem de seus filhos, mesmo que deixassem para a creche, ou mesmo para os avós, darem a eles a educação que julgassem melhor.
Conheci também uma mulher que não saía de casa porque tinha medo que roubassem os seus bens. Sempre a convidávamos para ir à Igreja, mas ela não ia, falando que não podia deixar a casa sozinha. Nós também tínhamos medo de que entrassem em nossa casa quando estávamos ausentes, mas íamos à Igreja mesmo assim, porque sabíamos que isto era o certo a fazer. Se ficássemos em casa por medo de sermos roubados, estaríamos tentando a Deus, achando que ele iria nos abençoar, nos dar sabedoria para enfrentarmos os problemas da vida, mesmo que não fôssemos à Igreja para adorá-lo e aprender mais de sua palavra.
Segundo cuidado: Não negociar nossa fé (10-12)
Jesus embarcou com seus discípulos, e partiu para as regiões de Dalmanuta. Saindo os fariseus, tentaram-no, pedindo um sinal do céu. Jesus, porém, "arrancou do íntimo do seu espírito um gemido e disse: Por que pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo que a esta geração não se lhe dará sinal algum."
O pedido dos fariseus insinuava que somente seguiriam Jesus se ele lhes desse um sinal convincente. Eram como Jacó, em Gn 28.20-22, que fez um voto, dizendo que, se Deus o ajudasse, dando pão para comer e roupa para vestir, então o SENHOR seria o seu Deus.
Conheci um jovem adolescente que um dia fez um desafio para Deus. Ele estava desanimado da vida, e disse para Deus que, se ele não fizesse nada acontecer para animá-lo, não iria mais segui-lo. Deus, em sua misericórdia, deu a ele o que queria, e fez com que ele tivesse um gostinho da fama, fazendo com que ele obtivesse sucesso num festival de música, ficando em primeiro lugar, sendo admirado pelo público e até por seu pai, que inesperadamente apareceu no auditório, durante a apresentação, e emocionado o beijou. O adolescente reconheceu que isto era a resposta de Deus, e mais importante do que isto, reconheceu que fora imprudente ao tentar a Deus desta maneira. Não estamos em condições de negociar com Deus. Ele é o Deus supremo e soberano. Não precisa de nós.
Terceiro cuidado: Não esquecer as bênçãos passadas (13-21)
Indo para o outro lado do lago, os discípulos se esqueceram de levar pães. Jesus preveniu-os da doutrina dos fariseus e herodianos, dizendo: "Vede, guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes. E eles acharam que Jesus se referia ao fato de eles não terem trazido pão. "Jesus, percebendo-o, lhes perguntou: Por que discorreis sobre o não terdes pão? Ainda não considerastes, nem compreendestes? Tendes o coração endurecido? Tendo olhos, não vedes? E, tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais de quando parti os cinco pães para os cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços recolhestes? (...) E de quando parti os sete pães para os quatro mil, quantos cestos cheios de pedaços recolhestes? (...) Não compreendeis ainda? "
Os discípulos não se lembraram dos milagres que Jesus tinha feito. Estavam tão endurecidos de coração que nem prestavam atenção no que Jesus dizia. Estavam tão preocupados com o fato de não terem se provido de pão, que entenderam errado a ilustração do fermento.
Moisés exortou o povo em Dt 4.9: "Tão-somente guarda-te a ti mesmo e guarda bem a tua alma, que te não esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e se não apartem do teu coração todos os dias da tua vida, e as farás saber a teus filhos e aos filhos de teus filhos."
Estaremos tentando a Deus se não nos lembrarmos das bênçãos que nos tem dado no passado, e não reconhecermos que ele tem suprido tudo o que necessitamos.
Há um mês, realizamos um culto de ações de graças na casa de uma família que não se esqueceu de que o Senhor lhes dera a possibilidade de comprarem uma casa. Passaram por momentos de angústia no processo de aquisição, e oramos pedindo que Deus concedesse a bênção para que tudo desse certo, suprindo desde a documentação até o dinheiro para que o seu sonho se tornasse possível. Estivemos lá para agradecer a Deus por suas bênçãos. Eles fizeram questão de que fôssemos ali e realizássemos um culto de ações de graças. Se eles se esquecessem de que foi uma bênção de Deus, o fato de estarem hoje naquela casa, estariam tentando a Deus. Mas fizeram o que é certo, dando glória a Deus por suas bênçãos, e continuando a servi-lo, e querendo aprender cada vez mais, e confiando que ele continuará a suprir o que é necessário, agora e no futuro.
Portanto, tomemos estes cuidados, e não duvidemos nem desprezemos os milagres de Deus, não achemos que nossa fé é um meio de negociarmos com Deus, e jamais nos esqueçamos das bênçãos que temos recebido. Ouçamos as repreensões de Deuteronômio 6:.16: "Não tentarás o SENHOR, teu Deus, como o tentaste em Massá."; e de 1Co 10.9: "Não ponhamos o Senhor à prova, como alguns deles já fizeram e pereceram pelas mordeduras das serpentes."
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Gostou do serviço? Não!!!? Poste seu comentário, queremos melhorar.