quinta-feira, 9 de abril de 2015


ESPÍRITOS
(Leia Mc 1.23-28)
Os espíritos imundos estão no mundo, tentando cegar o entendimento das pessoas, para que não creiam no evangelho e se convertam. No tempo em que Jesus exerceu seu ministério terreno, já era assim. Os espíritos imundos não respeitavam limites, pois tomavam posse de homens, entravam nas sinagogas, colocavam em dúvida as verdades de Deus.
Quando Jesus entrou na sinagoga de Cafarnaum, para ensinar, havia um homem, movido por um espírito imundo, tentando atrapalhar a reunião. Ele estava “infiltrado” entre aqueles que buscavam conhecer a palavra de Deus. Será que ele tinha o hábito de ir lá? Quantas palavras já teria dito em muitas reuniões, procurando desviar o povo das verdades que as escrituras tinham a dizer! Fomos alertados para o fato de que os espíritos imundos atuam nas congregações, quando Jesus contou a parábola do joio e do trigo, e das aves do céu que se aninhavam nos ramos da árvore do Reino, e do fermento escondido na farinha que produzia o pão (Mt 13.24-33).
Quando Jesus entrou, o espírito imundo percebeu a ameaça, e logo o confrontou. Mas, estranhamente, não tentou blasfemar contra ele. Usou, antes, outra estratégia, procurou aparentar sabedoria. Disse uma verdade: que Jesus é o Santo de Deus. Disse, porém, de forma que chamasse a atenção para si, iniciando sua afirmação com a frase: “bem sei” ou, como poderia ter sido traduzido: “eu vejo”. Falando desta forma, a ênfase recai, não sobre o que ele dizia, mas sobre quem dizia, ostentando-se, assim, como uma pessoa que sabe das coisas, que tem uma grande percepção.
É interessante notar que Pedro, falando pelos apóstolos, possivelmente na mesma ocasião (vide Jo 6.59,65,69,70), disse as mesmas palavras que o espírito imundo: “tu és o santo de Deus”. Mas Pedro não foi repreendido por Jesus, porque dizia algo que lhe foi revelado pelo espírito de Deus, como também em Mt 16.17, quando confessa que Jesus é o Cristo. Nesta ocasião, Jesus disse que Simão Pedro era bem-aventurado, porque quem lhe revelou foi o Pai que está nos céus.
Quando o espírito imundo pergunta: “vieste para perder-nos (banir-nos)?”, lançava dúvidas sobre os ouvintes. É como no caso em que tentou Eva, no Éden, distorcendo a ordem de Deus: “não comereis de toda árvore do jardim?”. Porque ainda não era o tempo de Jesus banir os espíritos imundos, eles sabiam, mas queriam lançar dúvidas sobre os ouvintes e, se possível fora, sobre o próprio Jesus. Os que estavam na sinagoga podiam pensar: “não seria bom se eles fossem banidos neste momento?” Mas isto significaria o reino fora do tempo, como os judeus queriam: libertação dos inimigos, mas sem conversão.
Quando recebeu a ordem de deixar aquele homem, o espírito não tinha outra opção senão obedecer, mas aproveitou-se da situação, procurando sair “em grande estilo”, fazendo espetáculo, de forma que a atenção do povo se voltou para o poder que os demônios tinham para atormentar um homem, e sobre o poder que Jesus tinha para expulsar demônios. Ora, Jesus queria que o povo buscasse cura para sua doença espiritual. Mas o espírito imundo tinha interesse em dar outra fama a Jesus, para atrapalhar o seu trabalho. Enquanto estava ocupado em curar e expulsar demônios, a mensagem do evangelho era postergada. Em Mc 1.45 vemos que a fama impediu Jesus de entrar publicamente nas cidades. Lc 5.16 diz que ele se retirava para lugares solitários e orava.
Ainda hoje os espíritos imundos estão trabalhando para cegar os homens, para que não se arrependam e, assim, não sejam salvos. Os lugares em que os cristãos se reúnem, hoje, para estudar a palavra de Deus, não são chamados sinagogas, e sim igrejas. Em Apocalipse tomamos conhecimento de que existem sinagogas controladas por Satanás (Ap 2.9; 3.9). É possível que igrejas, hoje, também sejam controladas por espíritos imundos. A Bíblia afirma que nós, os que nascemos de novo, temos o Espírito de Deus habitando em nosso corpo, mas também nos adverte para não entristecermos o Espírito (Ef 4.30), e para fugirmos da impureza (1Co 6.18), em respeito ao Espírito que habita neste santuário, que é o nosso corpo. Devemos, então, ficar atentos: outros espíritos concorrem com o Espírito Santo para assumirem o controle do que fazemos por intermédio do nosso corpo. Até o nosso próprio espírito, que é pecaminoso, nos induz ao pecado, e também não estamos imunes às influências dos espíritos imundos. Quando estivermos diante da próxima tentação, vamos nos perguntar: qual é o espírito que está nos induzindo a agir? A qual espírito vamos, finalmente, dar ouvidos?

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