quinta-feira, 23 de abril de 2015


(*)
(Leia Mc 2.13-17)
Ao ler esta história, e observar os acontecimentos, podemos ser levados também, como os escribas dos fariseus (ainda que com outra motivação), a fazer o questionamento:

PORQUE JESUS COMIA E BEBIA COM PUBLICANOS E PECADORES?

É possível que este texto nos dê pelo menos quatro respostas:

1 - PORQUE AS MULTIDÕES ESTAVAM SEM RUMO E PRECISAVAM DE UM MESTRE

(V13) ¶ De novo, saiu Jesus para junto do mar, e toda a multidão vinha ao seu encontro, e ele os ensinava.

Buscamos a Jesus por vários motivos, mas ele sempre vai nos ensinar alguma coisa por meio de nossas necessidades. Em Mt 9.36, “Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor.” Como diz o Pr. Hernandes Dias Lopes, “ele usou coisas comuns para ensinar: o sal, a luz, a água, o pão, o fermento, a semente, os pássaros, as flores, o arado, a rede, o vento, a porta, a ovelha, o curral. Quando lhe perguntaram qual é o maior no reino dos céus, ele não fez um longo discurso para responder: pegou uma criança no colo e disse: - Quem pois se tornar humilde como esta criança será o maior no meu reino.” (**)

2 - PORQUE ALGUMAS PESSOAS QUERIAM MUDAR DE VIDA, MAS PRECISAVAM DO SENHOR PARA DAR-LHES O SINAL

(V14) Quando ia passando, viu a Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu.

Penso que Levi (Mateus) tinha feito sua opção de vida. Decidiu ser um cobrador de impostos (publicano), mesmo que isto significasse ser taxado de traidor pelo seu povo. Tinha uma excelente condição financeira, mas por dentro queimava um sentimento, uma necessidade que o dinheiro nunca iria suprir. Sabia que devia buscar mais a Deus, servi-lo mais, para realizar-se como pessoa. Por isso, ao ouvir a voz de Jesus, não hesitou. Era este o momento que esperava para, reunindo toda a sua coragem, entregar-se totalmente nas mãos do Senhor.

3 - PORQUE HAVIAM PESSOAS DESPREZADAS QUE PRECISAVAM DE UM AMIGO

(V15) Achando-se Jesus à mesa na casa de Levi, estavam juntamente com ele e com seus discípulos muitos publicanos e pecadores; porque estes eram em grande número e também o seguiam.
(V16) Os escribas dos fariseus, vendo-o comer em companhia dos pecadores e publicanos, perguntavam aos discípulos dele: Por que come e bebe ele com os publicanos e pecadores?

Esta cena me lembra Ap 3.20: “se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.” O fato de Jesus ser amigável com os publicanos e pecadores não significava, porém, abonar seus pecados. É como lemos na história da mulher adúltera, em Jo 8.10,11:

"Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais."

4 - PORQUE OS PECADORES ERAM DOENTES E PRECISAVAM DE UM MÉDICO

(V17) Tendo Jesus ouvido isto, respondeu-lhes: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores.

Uma mulher, em Mc 5:26, “muito padecera à mão de vários médicos, tendo despendido tudo quanto possuía, sem, contudo, nada aproveitar, antes, pelo contrário, indo a pior,” até que tocou nas vestes de Jesus e foi curada instantaneamente. O Senhor tem, contudo, uma cura mais efetiva a realizar naqueles que reconhecem sua condição de doentes do espírito, que talvez tenham gastado com muitos “médicos”, sem achar solução. É o caso do publicano de Lc 18.9-14:
"Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado."

Se estivéssemos presentes naquele banquete, seríamos como os escribas ou como os publicanos e pecadores? Se nos acharmos sem rumo, seja Jesus nosso Mestre; se quisermos mudar de vida, seja Jesus nosso Senhor; se nos sentirmos desprezados, seja Jesus nosso Amigo; se reconhecemos que somos doentes de espírito, seja Jesus nosso Médico. Assim, estaremos sempre em boa companhia.

(**) LOPES, H.D. - Jesus, o mestre por excelência – 28/05/2004 – disponível em: http://hernandesdiaslopes.com.br/2004/05/jesus-o-mestre-por-excelencia/#.VTeY2tLBzGc Acesso em 21/04/2015.
(*) Imagem disponível em: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfY8Xlsedtuc1f2eeZ_D6ZmZ6OhY-C7e-f2eDnI6QyMYkQHIFKqoH7bGqSusXBgjrJGTbNt0MhIC9qbuHFj2ICk2qDpPblYldFScTzYoLevLhJyierRib2fR_1Gz_Y9dIBh9zKXSqtoY2Q/s1600/Jesus+e+pecadores.jpg Acesso em: 23/04/2015

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