domingo, 26 de abril de 2015


NA PRESENÇA DO REI
(Leia Mc 2.18-28) -
Nosso ex-presidente costumava introduzir muitas frases com a expressão: “nunca antes na história deste país...”. Vou pedir emprestada esta expressão e dizer que nunca antes na história do mundo Deus estivera habitando entre os homens da maneira como Jesus habitou. Os discípulos dos fariseus e os próprios discípulos de João não se deram conta da situação inusitada, e por isso não compreendiam o modo estranho de Jesus agir. No contexto deste parágrafo, eles não se contêm e protestam: Por que motivo jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, mas os teus discípulos não jejuam? E Por que fazem o que não é lícito aos sábados? A resposta a estas perguntas parece estar na declaração do último versículo, de que o Filho do homem é Senhor, entre outras coisas, também do sábado. Juntemos esta declaração com a revelação implícita nos primeiros versos de que Jesus é o noivo presente, e então podemos afirmar que, na presença de Jesus, o Senhor, nós mudamos o nosso comportamento. Entendo que, neste texto, podemos encontrar pelo menos três motivos pelos quais, na presença de Jesus, nós mudamos o nosso comportamento.
Primeiro motivo: Jesus, sendo o Senhor, pode exigir mudança de postura (18-20)
Em Fp 4.4,5 recebemos uma ordem: “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos. Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor.” Neemias começa seu livro (Ne 1.4) narrando sua tristeza e jejum, que chamou a atenção do rei Artaxerxes (2.2), o qual certamente não queria em seu serviço um servo triste, tal como o Senhor, Rei dos reis, segundo Ne 8.10,11. Hoje, enquanto o “noivo” não está fisicamente presente, há momentos em que o jejum e a tristeza são apropriados. Novamente o veremos, porém, e com ele nos alegraremos nas bodas do cordeiro (Ap 19.5-9).
Segundo motivo: Jesus, sendo o Senhor, pode modificar a forma de culto (roupa nova e vinho novo) (21,22)
Os fariseus tinham chegado ao seu limite. Nada mais de novo podiam apresentar. Receberam a lei, e fizeram o que podiam, mas não era suficiente. Jesus veio e introduziu uma nova maneira de se adorar a Deus. Em Jo 4.21-24, ele diz à mulher samaritana: “Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” Dizendo ela que esperava vir o Messias, para anunciar estas coisas, disse-lhe Jesus: “Eu o sou, eu que falo contigo. (v.26)”
Terceiro motivo: Jesus, sendo o Senhor, pode fazer exceções às regras (23-28)
Deus já fez o sol parar (Js 10.13), já fez o relógio andar para trás (Is 38.8), já fez o fogo perder sua eficácia (Dn 3.27). Não era verdade que Jesus quebrava a guarda do sábado. Ele simplesmente não o guardava nos moldes que os fariseus fabricaram. Mas se o Senhor quisesse quebrar sua própria regra, poderia tê-lo feito. Quando Pedro, no cumprimento de sua missão, hospedou-se na casa de um curtidor (profissão que tornava o homem impuro para os judeus), e recebeu a visão da “comida impura” ( At 10.9-16) já preanunciava a grande exceção de Deus na nova aliança: Cristo “em vós” (gentios), “a esperança da glória” (Cl 1.27); nós, os gentios, sem circuncisão e sem cerimonialismo, fomos também aceitos na assembleia de Deus.
Agora, para que apliquemos algumas verdades desta meditação à nossa realidade, pensemos o seguinte: os fariseus fizeram o que podiam com a lei, mas não era suficiente. E nós, o que fazemos com a graça que recebemos? Nossas crianças são desobedientes; em nosso meio há grande ocorrência de adultérios, imoralidade, irreverência; muitos “buscam a Deus” com intuitos de ganância; assistimos perplexos aos excessos da “geração gospel”. Quando Jesus voltar, o que ele vai querer mudar em nosso comportamento? E será que ele nos encontrará fiéis e prudentes, como as cinco virgens de Mt 25.1-13?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Gostou do serviço? Não!!!? Poste seu comentário, queremos melhorar.